O advogado Hélio Nishyama, que defende Patrícia Hellen Guimarães Ramos, mãe da adolescente Isabele Guimarães Ramos de 14 anos, morta com um tiro na cabeça no último dia 12 de julho, pediu na justiça a prisão do empresário e pai da adolescente autora do disparo, alegando que o mesmo está demonstrando que não quer contribuir com as investigações. Além de alegar que o que aconteceu na residência do empresário não foi uma tragédia e sim um crime.
Hélio disse que o pedido foi feito após comprovadamente o oficial de justiça identificar que a casa do empresário no condomínio Alphaville I, está vazia e que ele só está solto atualmente por conta da liberdade provisória afiançada.
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Por esse fato, a defesa alega que o homem cometeu quebra de fiança e que o juiz que por prudência reitere as intimações em novos endereços indicados, mas se ele não comparecer ao processo, a medida é que se declare a perda de fiança e consequentemente decrete prisão, ou imponha medidas cautelares severas, até mesmo com equipamento eletrônico ou proibição de sair do município.
“A princípio ele tem demonstrado que não pretende contribuir com a investigação. Ele está demonstrando que não pretende atender ao chamado da justiça, porque se assim fosse a intenção dele, evidentemente teria comunicado ao juiz sobre o seu paradeiro, o que não pode por força legal é simplesmente mudar de residência e fazer a justiça ficar procurando sem sucesso”, declarou o advogado em entrevista ao programa Cadeia Neles, na TV Vila Real, na manhã desta sexta-feira (24).
Nishyama ainda explicou que a intimação que está sendo tentada ser entregue, não é para ele fazer o pagamento e sim para que o empresário se manifeste a um pedido formulado pela defesa de majoração da fiança.
O advogado reforçou que o pedido de R$ 1 mil estipulado pelo delegado Olímpio Fernandes da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foi um valor ínfimo, que na visão de Hélio foi até ilegal e merece uma atenção dos órgãos corregionais da Polícia Civil.
“O juiz inicialmente acolheu o nosso pedido e elevou essa fiança para R$ 209 mil, mas houve uma determinação judicial dando um direito ao empresário para que ele se manifeste previamente sobre o pedido de reforço de fiança, mas olha que estranho, ele procurou na justiça o direito de se manifestar sobre o valor da fiança e agora não é encontrado para se manifestar”, acrescentou.
O advogado também detalhou que a versão dada até então pela adolescente autora do disparo, é muito dissonante até então pelo o que está sendo produzido na investigação policial. Hélio falou que de fato a versão apresentada pela garota que está sendo apontada como autora do disparo, é totalmente verossímil, e o depoimento dela não encontra lastro com os elementos policiais até então produzidos, tão pouco, encontra lastros em um raciocínio lógico.
O jurista também falou que o caso não deve ser tratado como uma tragédia e sim um crime, e que a família de Isabele cobra por parte da Polícia Judiciária Civil, uma investigação integral dos fatos.
“O que eu quero dizer com isso? Tem que investigar sim a circunstância que essa arma chegou ao local do crime. Tem que investigar se houve omissão de cautela desse pai, ao permitir que o filho transitasse pela cidade de Cuiabá armado. Tem que investigar a consciência e dolo desse pai, investigar o jovem que teria transitado com essa arma de fogo, investigar o que aconteceu naquela casa após o disparo, investigar o porque o pai e a jovem não foram autuados em flagrante, isso tem que ficar claro e esclarecido falou. Era uma situação ao nosso ver dentro da ciência técnico penal eram situações típicas de flagrante”, falou.
Por fim, o advogado questionou a presença de várias pessoas estranhas à delegacia de homicídios e polícia técnica no local do crime, e que já comunicou a autoridade policial, a presença de um policial civil que estaria a paisana na cena do crime e participou efetivamente dos trabalhos da polícia
*Nomes dos envolvidos preservados em cumprimento ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)