O senador Wellington Fagundes (PL-MT) afirmou que a França é insignificante para o Brasil. Em conversa com jornalistas na noite de segunda-feira, 2 de dezembro, Fagundes disse que enquanto o Brasil exporta carne e alimentos para o mundo todo, a França apenas vende perfume, bolsas e vinhos. As declarações do senador são uma reação ao posicionamento do Carrefour francês, que questionou a qualidade da carne bovina do Brasil.
“Olha, eu sou médico veterinário e conheço a indústria brasileira e de muitas partes do mundo. Nós hoje exportamos para o mundo inteiro. A França é insignificante, não compra nem 0,1% da nossa produção”, afirmou.
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A polêmica com a rede de supermercados Carrefour teve início no último dia 20 de novembro, após o CEO global do grupo, Alexandre Bompard, afirmar que a rede deixaria de comprar carne proveniente do Mercosul para o mercado francês. O comunicado de Bompard era direcionado a produtores franceses, que fizeram grandes protestos por medo do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Porém, a carta repercutiu mal, especialmente porque Bompard questionou o padrão de qualidade da produção sul-americana.
Seis dias após a polêmica, o grupo se desculpou formalmente com os produtores brasileiros e enviou uma carta ao ministro da Agricultura Carlos Fávaro (PSD), rasgando elogios à carne brasileira.
Entretanto, Fagundes não teve “papas na língua” e disparou críticas contra a França, afirmando que o país não compra nem 0,1% da produção de carne do Brasil.
“Então, a reciprocidade é o seguinte: querem vender para nós, agora também vão ter que comprar e a mesma reciprocidade, mesma forma que eles agirem, nós vamos agir, com barreiras comerciais. O que eles têm para vender para a gente? É perfume, vinho e bolsas. Dá muito bem para o brasileiro viver sem perfume e sem bolsa, mas o mundo não tem como viver sem carne”, disparou.
Após o episódio Carrefour, a Câmara dos Deputados passou a analisar o projeto sobre reciprocidade comercial, para combater o protecionismo francês. A chamada lei da reciprocidade, em tramitação no Congresso, prevê até a quebra de acordos comerciais quando não há reciprocidade de tratamento com os produtores brasileiros.