O vereador Tenente-Coronel Paccola (Republicanos) afirmou nesta quinta-feira, 7 de julho, em discurso na tribuna da Câmara, que há grupos com interesses políticos em afastá-lo do cargo e cassar seu mandato por causa da morte do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa.
Paccola é investigado por atirar em Alexandre na noite da última sexta-feira, 1º de julho, durante uma confusão em uma distribuidora de bebidas na região central de Cuiabá. Ele tem dito que agiu em legítima defesa, própria e de terceiros, mas essa versão é contestada por amigos e familiares de Alexandre.
- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)
- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)
“Hoje, a minha cassação é interesse para algumas pessoas. É interessante o meu afastamento ou a minha cassação para alguns grupos, e em breve a população entenderá porque existe esse interesse”, disse Paccola, insinuando que esse interesse seria motivado pela sua atuação na CPI da Saúde, da qual é presidente.
“Só quero deixar aqui claro que há interesse na retirada minha desse circuito, para que a gente não possa concluir e apresentar o resultado”, enfatizou.
Alvo de um pedido de afastamento e outro de cassação, ambos propostos pela vereadora Edna Sampaio (PT), Paccola disse acreditar que os vereadores saberão tomar a melhor decisão.
Nesta quinta-feira, a Procuradoria da Câmara deu aval para o prosseguimento do pedido de afastamento do vereador. A análise da Procuradoria diz respeito apenas aos requisitos formais para abertura do processo. A decisão cabe à Comissão de Ética, composta pelos vereadores Lilo Pinheiro (PDT), Adevair Cabral (PSD) e Kássio Coelho (Patriota).
Os membros da Comissão de Ética devem se reunir na tarde desta quinta com o delegado responsável pelo caso, antes de tomar uma decisão sobre o pedido de afastamento.
RETRATAÇÃO - Durante o discurso, Paccola também pediu desculpas à população por seu pronunciamento na última terça-feira, 5, quando afirmou que a sociedade era hipócrita. De volta à tribuna, ele disse que a fala era direcionada ‘apenas de uma parcela da sociedade’.
“Não são as pessoas ou a sociedade toda que é hipócrita e demagoga. São as pessoas que se deixam ser manipuladas, aí sim, por pessoas que têm o poder da comunicação e que não tem responsabilidade com a busca da verdade real, e sim, por vezes, de criar elementos ou entendimentos que induzem grande parte da sociedade a ter determinados entendimentos”, disse.