Vereadora por Cuiabá, Edna Sampaio disse que se sente insatisfeita e desconfortável com os rumos que o PT e a federação de esquerda estão tomando em relação a apoios aos cargos majoritários para as eleições deste ano. Na avaliação da petista, o partido perdeu seu papel de protagonista e tem se conformado em ser apenas um coadjuvante.
Edna avalia que as discussões sobre nomes para o governo do Estado e o Senado deveriam ter iniciado no ano passado, para que os representantes da esquerda chegassem ao período eleitoral já com uma base fortalecida.
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“A política de um partido de esquerda não é a mesma política do partido de direita. Um partido de direita é o partido dos donos do capital, de quem tem muita grana e que pode, nos últimos quarenta e cinco minutos do segundo tempo da eleição, conseguir projeção e se eleger. Para nós, tudo é muito mais difícil. A gente precisa construir com muita antecedência”, comentou.
A federação Brasil da Esperança vem se aproximando de candidaturas à majoritária fora do grupo, como o caso do deputado federal Neri Geller (PP), que é pré-candidato ao Senado Federal, e do ex-prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz (MDB), que vem sendo projetado para disputar ao governo.
Para Edna, o PT, assim como a federação, renunciou seu papel ao deixar de ser protagonista de uma oposição ao pleito.
“O PT renunciou a isso. Renunciou de construir candidaturas competitivas para o estado de Mato Grosso. Eu vejo com muita tristeza essa situação, porque já falava sobre isso desde maio do ano passado. Eu não acho que esse seja o melhor caminho para o PT aqui no estado de Mato Grosso, mas não tenho poder de mudar o rumo das coisas. O que posso dizer é que me sinto extremamente insatisfeita e desconfortável com isso”, destacou.
“Eu não vou fazer disso uma guerra, eu não vou fazer disso uma briga, porque nós temos uma tarefa mais importante para fazer agora”, concluiu.
Ela ainda avaliou que a falta de decisão antecipada no estado fez com que as articulações fossem debatidas pela nacional.
“Quando você não constrói aqui e terceiriza decisão para outrem é óbvio que a política não tem espaço vazio, o poder não tem espaço vazio, se você deixa de construir aqui quem vai decidir sobre você? Outros partidos ou a direção nacional. O que aconteceu em outros estados brasileiros onde o PT se organizou? Teve candidato e quando houve necessidade de negociação com outras forças políticas o partido não ficou simplesmente esperando decisão de terceiros”, disse.
A vereadora chegou a colocar seu nome à disposição do partido para concorrer ao Senado Federal, mas sem apoio de lideranças decidiu mudar os rumos e lançar pré-candidatura a deputada estadual.