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Política Quinta-feira, 14 de Julho de 2022, 15:18 - A | A

Quinta-feira, 14 de Julho de 2022, 15h:18 - A | A

MORTE NO QUILOMBO

Edna compara situação de Paccola com anestesista estuprador: "CRM afastou imediatamente"

Vereadora afirma que Câmara se coloca em situação constrangedora ao não afastar o parlamentar do cargo

Gabriel Soares

Editor-Chefe | Estadão Mato Grosso

Rafael Machado

Repórter | Estadão Mato Grosso

Autora do pedido de afastamento imediato do vereador Marcos Paccola (Republicanos), a vereadora Edna Sampaio (PT) avaliou como ‘constrangedora’ a postura adotada pela Câmara de Cuiabá frente ao caso. Em entrevista à imprensa nesta quinta-feira, 14 de julho, ela comparou a situação de Paccola com a do anestesista Giovanni Quintella, que foi imediatamente suspenso pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) após a denúncia de que teria estuprado grávidas na sala de parto.

Paccola é investigado por matar Alexandre Miyagawa durante uma confusão em uma distribuidora de bebidas no Centro de Cuiabá, na noite do dia 1º de julho. Ele alega que agiu em legítima defesa, mas sua versão é contestada pelo MP-MT, pediu a prisão preventiva do parlamentar. O pedido foi negado pela Justiça.

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“Eu acho muito constrangedor que a Casa tenha tanta dificuldade para tomar uma decisão em relação a um fato notório, escandaloso, que nos constrange a todos e nos indigna. Nós tivemos agora o caso do médico, anestesista, que estuprava as mulheres dentro da sala de cirurgia, no parto, e o CRM afastou esse médico imediatamente, por uma prática que é totalmente antiética e não condizente com o profissional que deveria dar conforto e cuidado”, disse Edna.

"Aqui nós estamos diante de um assassinato e as pessoas ainda encontram razões para defender a permanência do vereador Paccola", pontuou.

A vereadora também afirmou que, ao pedir a prisão preventiva de Paccola, o Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) e os delegados responsáveis pelo caso já rechaçaram a tese central da defesa, de que os disparos teriam sido efetuados em legítima defesa.

“Nós estamos falando de uma posição que, inclusive, os delegados, junto com a promotoria, já apresentou pedido de prisão preventiva do vereador, inclusive descartando a tese central que foi argumentada no boletim de ocorrência e durante todo esse tempo aqui no plenário, de que seria um crime de legítima defesa”, pontuou.

Na avaliação de Edna, a tendência é que a Câmara não aprove o afastamento de Paccola do cargo. Ela aponta que não há clima dentro do Legislativo para a tomada de decisão e cita que muitos vereadores compartilham de um pensamento ‘corporativista’, contrário ao afastamento de um colega parlamentar.

Edna ainda afirmou ter sido agredida verbalmente por vereadores mais próximos a Paccola, citando explicitamente o vereador DIlemário Alencar (Pros).

“Vereadores me acusando de querer perseguir o Paccola, de querer destruir a vida do Paccola. O vereador Dilemário, mais notadamente. [...] Eu me senti agredida, mas eu também entendo que esse é um momento de tensão e eu também não fico quieta diante de qualquer posição em relação a mim”, concluiu.

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