Após a Delegacia de Combate ao Crime Organizado (GCCO) deflagrar uma operação na manhã desta segunda-feira, 10, o delegado Antenor Pimentel afirmou que o Comando Vermelho enviou duas advogadas para monitorar vítimas. As duas mulheres teriam sido enviadas para observar e ouvir os depoimentos dos comerciantes que estavam sofrendo as ameaças. Os suspeitos presos na operação estariam extorquindo lojistas do camelô de Várzea Grande.
O delegado pediu a prisão das duas advogadas, porém um juiz não acatou, pois não traria riscos ao andamento da investigação.
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“Se nenhuma das vítimas pediu advogado, são vítimas, como que um advogado enviado pela facção faz questão, usando da prerrogativa, no meu entender, um abuso de prerrogativa, no dia que teve oitiva dessas vítimas na delegacia, um caso extremamente sensível, delicado, chamou a prerrogativo do advogado, ligou na Corregedoria, porque queria fazer questão de acompanhar vítimas”, explicou.
O delegado contou que houve buscas contra as advogadas e os celulares delas foram apreendidos para serem periciados. O próximo passo será ouvir a versão da dupla.
“A princípio, eu entendi que era suficiente para pedir a prisão delas, mas o juiz entendeu que não representava perigo. Vamos concluir a apuração, ver qual que é a versão delas, mas, a princípio, eu não vejo nenhuma justificativa plausível para essa conduta [de acompanhar as vítimas]”, disse.
Operação A César o que é de César
Dois homens, Ozia Rodrigues e Carlos Rodrigues Lopes da Silva, foram presos por estarem extorquindo comerciantes do camelô de Várzea Grande.
O delegado responsável pela investigação, Antenor Pimentel Marcondes, apontou que a extorsão tem se tornado a prática criminosa mais recente da facção criminosa para a captação de recursos ilícitos, sob graves ameaças de morte aos comerciantes que se negam a contribuir.
As investigações iniciaram após denúncias de comerciantes, em novembro de 2024, contra o grupo de criminosos que estavam cobrando “taxa de funcionamento” de 5% do faturamento mensal.
Os integrantes do esquema monitoravam de perto a rotina dos comerciantes, garantindo que os pagamentos fossem realizados e reforçando a intimidação, com presença constante no camelódromo em Várzea Grande.