A empresária Patrícia Hellen Guimarães Ramos, mãe da adolescente Isabele Guimarães Ramos, revelou detalhes chocantes que encontrou na cena do crime. Ela prestou depoimento ao delegado Wagner Bassi, da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), sobre o assassinato de sua filha, que levou um tiro na cabeça no último dia 12 de julho em uma residência no condomínio Alphaville em Cuiabá.
O depoimento que durou mais de três horas no dia 21 de julho. Patrícia detalhou a cena que presenciou no dia que sua filha foi assassinada e também o comportamento do delegado Olímpio da Cunha Fernandes da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que começou investigando o caso, antes de o acontecimento ser transferido para a DEA e Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica).
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Em sua oitiva Patrícia disse que o delegado Olímpio falou que foi um acidente e que a arma estava dentro da case quando disparou. Ele ainda teria dito à mãe que não iria colher depoimento da autora do disparo no dia dos fatos, pelo fato de a adolescente estar abalada.
Olímpio encaminhou o empresário dono da casa para a DHPP, por conta de ter encontrado armas sem registros na residência, mas aplicou uma fiança de R$ 1 mil e o fato gerou revolta em Patrícia e em sua defesa, que protocolou um pedido na justiça o aumento do valor, que foi acatado pelo juiz.
A atitude de Olímpio na condução do caso está sendo investigada pela corregedoria da Polícia Civil.
Em outra parte do depoimento, Patrícia revela os detalhes chocantes que presenciou ao chegar ao local onde o corpo da filha estava.
“Que perguntou para (Empresário) se sua filha tinha pulso; que (Empresário) disse não saber e pediu para a declarante olhar o pulso; que a declarante se abaixou, virou a cabeça da vítima e viu que havia parte do cérebro exposta e notou que a filha estava morta”, detalhou em parte de seu depoimento, que foi divulgado pelo site GD.
A depoente ainda disse que quando chegou ao local do crime, a autora do disparo não se encontrava no imóvel e soube após algum tempo que a adolescente teria ido para a casa do cunhado que também fica no mesmo condomínio.
Fiança parcelada
Após um imbróglio no valor da fiança que começou com R$ 1 mil, o juiz João Bosco Soares da Silva aumentou o valor para R$ 209 mil, após contestação de Patrícia e do advogado Hélio Nisiyama, que chegaram a pedir o valor de R$ 1 milhão, já que o empresário é dono de um patrimônio de cerca de R$ 15 milhões.
A defesa do empresário pediu que esse valor fosse abaixado para R$ 10 mil, alegando seu cliente estaria passando por dificuldades financeiras por conta da pandemia. O desembargador Rondon Bassil Dower Filho, chegou a suspender o pagamento de R$ 209 mil a pedido da defesa.
Após nova análise da situação e defesa do empresário, que alegou que em 2020 já teve um prejuízo de R$ 336 mil, o juiz João Bosco decretou que o valor a ser pago será de R$ 52,2 mil parcelado em duas vezes, sendo o primeiro pagamento até o dia 10 de agosto e a segunda parcela para 17 de agosto.
*Nomes dos envolvidos preservados em cumprimento ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)