Grupo de manifestantes ainda inconformados com o resultado das eleições ameaça explodir uma ponte em Peixoto de Azevedo, no extremo norte de Mato Grosso, para impedir o tráfego na rodovia. A ação faz parte da nova onda de fechamento de estradas deflagrada na última sexta-feira, 18 de novembro, após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), bloquear contas de pessoas e empresas que estariam patrocinando os bloqueios de rodovias.
Além de ameaçar explodir a ponte, o homem fala que seu grupo pretende parar os caminhões que passarem pela região de Guarantã do Norte, inclusive com uso de violência. Ele ameaça murchar pneus e derrubar a carga no chão para forçar os caminhoneiros a pararem.
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"Só avisando que a galera que está para o rumo de Guarantã, pra cima aí, a ponte de Peixoto hoje, ela vai descer rio abaixo, fica ligado. Os garimpeiros já estão preparando a dinamite, hoje eu conversei com um aqui, com um líder, e já estão organizando a derrubada da ponte. Vai ter greve, nego não vai rodar fácil aí não. Os caminhões que tiver rodando aí eles vão murchar pneu, derrubar a carga para o chão, fica esperto aí, a pista vai ficar livre, mas ninguém está livre de levar uma pedrada no caminhão não", diz um homem não identificado, em áudio encaminhado no WhatsApp.
A Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto (COOGAVEPE) emitiu uma nota de repúdio à ameaça, afirmando que nenhum de seus membros tem participação nem apoia qualquer ato de vandalismo contra bens públicos ou privados. Eles também cobram investigação para punir os responsáveis pela ameaça.
"Somos uma classe trabalhadora, que entende e defende de forma honesta a atual luta que os caminhoneiros e empresas de transportes rodoviários e este país têm enfrentado, e não coadunamos com nenhum ato de vandalismo contra bens públicos ou privados, ou qualquer ato de violência contra o próximo", diz a nota.
BLOQUEIOS
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que ainda existem 13 pontos de interdição nas rodovias federais de Mato Grosso no início da tarde deste sábado. A BR-163, principal rota de escoamento da produção mato-grossense, concentra o maior número de manifestações, todas com interdição total da pista.
Conforme o relatório da PRF, o trânsito está completamente bloqueado na BR-163 nos trechos que próximos a Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sinop. Os bloqueios também impedem completamente o trânsito na BR-364 próximo às cidades de Campo Novo do Parecis, Sapezal e Campos de Júlio.
Bloqueios parciais são registrados na BR-158, próximo a Confresa e Água Boa. Também há bloqueios parciais na BR-174, próximo a Cáceres e Pontes e Lacerda.
ACIDENTE
Terra jogada por manifestantes para bloquear a BR-163 em Nova Mutum causou um acidente envolvendo três carretas que quase terminou em tragédia na noite desta sexta-feira, 18 de novembro. O acidente aconteceu na altura do KM 582.
A concessionária Rota do Oeste, que administra a rodovia, informou que sua equipe foi acionada para resgatar os caminhoneiros por volta de 21h. Os três caminhoneiros conseguiram escapar ilesos, mas seus veículos sofreram danos materiais e a carga foi derrubada na pista.
PRISÃO
Um homem de 28 anos, desempregado, foi preso pela Polícia Federal na noite de sexta-feira, 18, por desobediência e resistência durante a ação para desobstrução do bloqueio montado na BR-364 próximo a Rondonópolis.
Manifestantes derrubaram árvores e derramaram óleo na pista para impedir o tráfego. A presença de óleo na pista representa um risco à segurança do tráfego mesmo após a desmobilização, pois pode provocar graves acidentes.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que as manifestações atingiram o maior patamar de vandalismo já visto na história em Rondonópolis. Vários caminhões foram quebrados e tiveram seus pneus murchados para impedir o tráfego. Também foi ateado fogo na cabeceira de uma ponte.