O vereador cassado Tenente Coronel Marcos Paccola (Republicanos) vai passar por audiência de instrução na próxima terça-feira (7), às 13 horas, sobre a morte do agente penal Alexandre Miyagawa. O agente foi morto com três tiros nas costas disparados por Paccola, no bairro Quilombo, em Cuiabá, no dia 1º de julho do ano passado.
O fato ocorreu durante uma confusão no trânsito na noite de uma sexta-feira. O carro que o agente penal estava e era conduzido por sua namorada, Janaína Sá, invadiu um cruzamento e, na sequência, invadindo a contramão de uma rua, provocando um acidente. Depois disso, criou-se um tumulto na região, com discussão entre a namorada da vítima e populares.
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Na ocasião, a mulher insuflava Alexandre a sacar sua arma, conforme depoimento de testemunhas à Polícia Civil. Em dado momento, o agente penal sacou a arma e começou a andar em direção à Janaína. Naquele momento, Paccola já estava no local e, vendo a aproximação, entendeu que ele iria atirar na mulher. Em questão de segundos, Paccola sacou a arma e disparou os três tiros.
O vereador cassado alegou legítima defesa de terceiros em sua defesa e que falou para Alexandre largar a arma. Paccola foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado, cometido mediante utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e por motivo torpe.
Os promotores de Justiça que integram o Núcleo de Defesa da Vida relatam que as análises do laudo pericial e dos depoimentos de testemunhas confrontados às imagens de câmeras existentes no local demonstram que “em nenhum momento a vítima agrediu ou ofendeu quem quer que lá estivesse”. Além disso “não apontou sua arma de fogo na direção de ninguém, sendo alvejada pelas costas pela ação do denunciado”.
O MPMT enfatiza que os três disparos efetuados pelo vereador “nas e pelas costas da vítima que sequer notou a presença de seu agressor, de maneira que lhe foi impossibilitada qualquer chance de defesa”, diz a denúncia. Os disparos atingiram a região dorsal esquerda e direita da vítima, causando lesões graves que provocaram a sua morte por choque hipovolêmico hemorrágico.
Os promotores de Justiça argumentaram ainda que o agressor agiu por torpe motivação, “no afã de projetar sua imagem como sendo de alguém que elimina a vida de supostos malfeitores e revela coragem e destemor no combate a supostos agressores de mulheres”. Destacam também que após a prática homicida, o vereador veiculou mídias sobre seu suposto ato de heroísmo, além de discursar, no Parlamento Municipal, exaltando seu feito e desprestigiando a figura da vítima.