O setor de bares e restaurantes no Brasil continua a enfrentar grandes dificuldades financeiras. Pesquisa recente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) revelou que 61% das empresas do setor não obtiveram resultados financeiros positivos em outubro, fechando o mês sem ver lucros ou, até mesmo, no vermelho. O índice é praticamente o mesmo registrado em setembro (62%).
Os dados destacam desafios persistentes, como a dificuldade de repassar os aumentos de custos aos preços do cardápio, apontada por 57% dos entrevistados. As despesas operacionais, fortemente impactadas pelo aumento nos preços da carne bovina (5,81% em outubro) e da energia elétrica (4,74%), têm pressionado ainda mais as empresas do setor.
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"O setor tem enfrentado desafios imensos, mas o fim de ano traz uma luz no horizonte. Estamos confiantes na capacidade dos empresários de transformar esse momento em resultados positivos para iniciar 2025 com mais força e otimismo”, avalia Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
A inflação acumulada no setor de alimentação fora do lar ficou em 4,13% até outubro, abaixo do índice geral de alimentos, que alcançou 5,08%. Essa diferença demonstra o esforço dos empresários em conter reajustes, mesmo enfrentando altas significativas nos insumos, na tentativa de manter a competitividade e o fluxo de clientes.
Além disso, o endividamento afeta 41% dos estabelecimentos, restringindo sua capacidade de investir e equilibrar as finanças. Essa realidade reflete a dificuldade de muitos empresários em se adaptar às novas condições econômicas.
Apesar das adversidades, o setor mantém o otimismo para o fim de ano. Cerca de 75% dos empresários esperam aumentar o faturamento em novembro e dezembro, impulsionados pelas festividades de fim de ano, pelas férias escolares e pelo pagamento do 13º salário.
DELIVERY PERDE FORÇA
Outro dado relevante da pesquisa mostra que apenas 67% dos estabelecimentos utilizam o delivery como canal de vendas, uma queda em relação aos 78% registrados em março de 2022. Segundo a Abrasel, a redução reflete a retomada do consumo presencial após a pandemia, com muitos empresários priorizando o atendimento no salão.
“À medida em que os clientes retornaram ao consumo presencial, muitos empresários optaram por reduzir o foco no delivery, seja para otimizar custos, seja para priorizar a experiência no salão. Apesar da queda, o serviço segue como um canal estratégico, especialmente para alcançar públicos que valorizam conveniência e praticidade”, afirma Solmucci.
O setor, que representa uma parcela significativa da economia brasileira, espera que o último bimestre do ano seja o início de uma recuperação sólida, ajudando os empresários a enfrentar os desafios impostos pelos altos custos e pelo cenário econômico atual.