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Brasil Domingo, 28 de Julho de 2024, 08:42 - A | A

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"BOAS LEMBRANÇAS"

Tenente da 2ª Guerra Mundial completa 103 anos e ganha homenagem

g1

O 2º tenente do Exército Walfrid de Moraes completou 103 anos este mês e ganhou uma homenagem militar na porta de casa, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O vídeo do cortejo viralizou.

A comemoração emocionou muitos na internet e a família dele. O pracinha Walfrid embarcou para a Itália em novembro de 1944, junto a outros 25 mil homens, para participar do maior conflito armado da história.

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Emocionado, ele contou curiosidades daquele tempo e relembra os amigos que fez pelo caminho. No início, não se acreditava que o Brasil iria lutar, e as pessoas comentavam que “era mais fácil a cobra fumar”.

“Me sinto feliz e agradeço a Deus, em primeiro lugar, por eu estar vivo. Na época, houve uma pressão, quase uma exigência, para uma tropa brasileira, e autorizaram a Expedicionária. Nós fomos, e lá no front a cobra fumou”, brinca Walfrid.
 
Em casa, ele ainda guarda medalhas que ganhou durante o combate e até mesmo sua farda. Ele tinha 23 anos quando foi enviado para a guerra e conta que sentiu saudade dos pais, além da dificuldade de se adaptar às terras estrangeiras.

“No começo, eu senti frio e não tinha comida brasileira, era aquela latinha americana. E aí depois começou a chegar comida brasileira, peru, e a gente começou a comer melhor. Eu tive muita saudade da minha família, dos meus pais, das minhas irmãs”, relembra.

“Mas deu tudo certo, na ida e na volta. Contato bom que eu tive lá foi com criancinhas de uma família que morava perto de uma igreja e nós íamos lá comer. Não sei se eles estão vivos, eu que tô aqui até hoje. São boas lembranças”, afirma Walfrid.

Oitenta anos depois, ele olha as fotos e reconhece os amigos que fez, e de onde eles eram. Walfrid recorda ainda que estava fugindo de uma briga que estava tendo em uma casa entre combatentes quando recebeu a notícia da vitória.

“No fim da guerra, eu estava aguardando uma ordem e estava tendo uma brincadeira em um sobrado. Eu estava correndo em um parreiral, a lua estava clara, e foi ali que eu recebi a notícia de que a guerra tinha acabado”, conta o combatente.

Walfrid recorda que os italianos eram fumantes e, assim, um comércio paralelo se formava entre os militares, que vendiam cigarro em troca de comidas ou dinheiro.

“Os italianos procuravam muito cigarro. O dinheiro era uma nota grandona, parecia um pedaço de jornal”, brinca.

Combatentes cariocas
 
No Rio de Janeiro, há 8 combatentes da Força Expedicionária Brasileira vivos, contando com o sr. Walfrid. Dois deles participaram da cerimônia alusiva ao Dia do Veterano na última semana, no Palácio Duque de Caxias, no Centro do Rio.
 
Em 18 de julho de 1945, data escolhida como o Dia do Veterano, ocorreu o Desfile da Vitória, quando os nossos heróis retornaram dos campos de batalha da Itália e foram recepcionados por mais de 800 mil pessoas pelas ruas do Rio de Janeiro.

Seu Walfrid lembra do dia como “uma festa linda, que nos abraçaram”.

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