O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) foi vaiado pelas famílias que foram despejadas do Brasil 21, em Cuiabá, durante uma manifestação nesta quarta-feira, 13 de março, na Assembleia Legislativa. Os manifestantes pediam ajuda dos deputados para reverter a ordem judicial que os despejou da área, que pertence a uma construtora.
Durante a audiência, Cattani afirmou que eles não poderiam invadir uma área que já tem dono, o que causou revolta nos manifestantes.
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“Eu sei o que é pior do que não ter moradia, é você ter e o outro tomar. E isso não podemos aceitar nunca”, afirmou Cattani.
O deputado Valdir Barranco (PT) rebateu as falas de Cattani, afirmando que ele também seria um "invasor de terras", pois é um assentado no Pontal do Marape, em Nova Mutum, uma fazenda que foi desapropriada na década de 1990 para reforma agrária.
“É muito fácil vir aqui nessa tribuna para fazer uma fala dessas né? O nobre deputado que ocupou essa tribuna antes de mim [Gilberto Cattani], ele também... se partir desse princípio, invadiu uma propriedade. Ele é assentado no Pontal do Marape, que é uma fazenda que foi desapropriada pelo Governo Federal a partir da luta da Fetagri [Federação dos Trabalhadores na Agricultura]”, rebateu.
Segundo Barranco, a luta pela reforma agrária foi o que deu oportunidade para que Cattani tenha investimentos e casas.
Durante o discurso, Barranco também rebateu as críticas quanto à presença de casas de "alto padrão" em meio à ocupação do Brasil 21. O petista afirmou que nem mesmo nas igrejas existem apenas pessoas honestas.
“Nem todos os lugares teremos 100% das pessoas que são honestas [...] Não dá pra dizer que 100% [dos moradores despejados] merece, mas podemos dizer que a maioria merece habitação e cabe ao governo fazer o filtro de maneira honesta”, afirma.
