O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (União), afirmou nesta quarta-feira, 26 de junho, que o Poder Legislativo está acompanhando de perto a resposta do Governo do Estado aos incêndios que se consomem o Pantanal. O bioma registrou recorde histórico de queimadas no primeiro semestre deste ano, com mais de 3.262 focos de incêndio desde o dia 1º de janeiro.
Em conversa com jornalistas, Botelho explicou que a Assembleia montou um observatório para dialogar diretamente com os órgãos envolvidos na prevenção e combate aos incêndios florestais, como o Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Ele também ressaltou que a pior situação dos incêndios acontece no estado vizinho, Mato Grosso do Sul, e enfatizou a necessidade de agir rapidamente para evitar que Mato Grosso também viva uma situação dramática.
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“É preocupante. Nós precisamos saber o que está sendo feito e o que precisa ser feito. Não podemos deixar ficar [tão caótico quanto Mato Grosso do Sul], não podemos deixar ocorrer. Por isso, eu quero saber exatamente o que o observatório já viu, que eu pedi pra ele ir no [Corpo de] Bombeiros, na Sema, em todo lugar... Se fosse o caso, ir no Pantanal verificar tudo como está e trazer para nós”, afirmou Botelho.
Um relatório preliminar será apresentado pelo deputado Carlos Avallone (PSDB), que ficou encarregado de liderar os trabalhos do observatório. Segundo Botelho, esse relatório servirá para que a Assembleia avalie se o governo está, de fato, preparado para lidar com a crise que se avizinha.
“Nós temos que estar preparados para isso, é isso que eu quero ver. O Governo disse que está preparado e eu quero ver como estão essas ações”, pontuou.
O aumento das queimadas no Pantanal este ano está ligado principalmente à grave seca que assolou a região Centro-Oeste e a Amazônia durante o período de duração do El Niño, segundo especialistas. Tanto o Pantanal quanto a Amazônia vivem grave crise hídrica, o que aumenta muito o risco de incêndio.
As queimadas no Pantanal já destruíram 627 mil hectares este ano, dos quais 480 mil ficam em Mato Grosso do Sul, segundo informações divulgadas pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Já em Mato Grosso, foram 148 mil hectares atingidos pelas chamas.
Diante da crise ambiental, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que o governo federal irá repassar “o montante que for necessário” para que Mato Grosso e Mato Grosso do Sul consigam enfrentar os incêndios. Porém, segundo a ministra, nenhum dos governos estaduais apresentaram pedidos para acessar os recursos extraordinários até o momento.
*Colaborou Tarley Carvalho
