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Política Quarta-feira, 05 de Julho de 2023, 12:32 - A | A

Quarta-feira, 05 de Julho de 2023, 12h:32 - A | A

SEM ATROPELOS

Mauro tenta convencer Lira e relator a adiarem votação da reforma tributária

Governador afirma que ainda é preciso amadurecer o texto antes de colocá-lo em votação e lista pontos polêmicos

Gabriel Soares

Editor-Chefe | Estadão Mato Grosso

Insatisfeito com o texto atual da reforma tributária, o governador Mauro Mendes (União) tenta convencer do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a adiar a votação para depois do recesso parlamentar, entre agosto e setembro. Porém, Lira segue determinado em realizar a votação na quinta-feira, 6 de julho, e já colocou a matéria para discussão em plenário nesta quarta, 5.

Mauro argumenta que o texto oficial da reforma tributária só foi apresentado pelo relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) há cerca de uma semana e ainda não teria sido debatido o suficiente. Ele ressalta que a reforma tributária é aguardada há mais de 35 anos e, por isso, não faz sentido tanta pressa para sua votação, ainda mais quando seus efeitos só terão início no ano de 2027.

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“Na semana passada tava todo mundo de férias, uns pulando São João lá no Nordeste, no Carnaval, alguns foram para Portugal. Ou seja, nada funcionou em Brasília na semana passada. E chegar nessa semana e querer votar rapidamente algo que vai impactar na vida de todos os brasileiros. Temos que fazer a reforma? Temos. Mas, com cuidado e responsabilidade, para não fazer algo que possa trazer graves consequências para os brasileiros”, disse o governador, em entrevista à Jovem Pan na noite de terça-feira, 3.

O governador se reuniu com o relator da reforma tributária na terça, para cobrar alguns ajustes no texto, e também tentou convencê-lo a adiar a votação. Porém, o relator não teria se comprometido com o adiamento, mas teria acatado outras sugestões.

“Eu acho que essa discussão precisa amadurecer um pouco mais para que nós votemos. Eu gostaria muito que a gente simplificasse, que votasse uma reforma mais madura. Não dá pra fazer agora, a contragosto. É melhor que isso vá para agosto ou vá para setembro, para que haja um amadurecimento”, pontuou.

Entre as principais críticas de Mauro à reforma está o fim do incentivo fiscal para industrialização das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, o que pode afastar as indústrias de Mato Grosso. Além disso, o governador apontou que o texto atual abre margem para tributação de produtos da cesta básica, além de um aumento na tributação sobre os produtores rurais.

“Tá muito claro lá que vai haver uma tributação na cesta básica. E não é justo que você tribute os mais pobres em detrimento daqueles que podem pagar um pouco mais. Então, existe uma tributação na cesta básica, vai haver um aumento na carga tributária pros mais pobres e pra classe média. Existe um privilégio muito grande pros exportadores, uma preocupação que possa haver um aumento na tributação para o agronegócio”, citou.

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