O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) disse que o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deve ser contaminado pela disputa entre o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), e o governador Mauro Mendes (União).
Emanuel e Mauro são adversários políticos e divergem sobre diversos assuntos, entre eles, o modal de transporte coletivo que deve ser implantado na região metropolitana de Cuiabá. O prefeito defende a continuação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e o governador quer o Ônibus de Transporte Rápido (BRT). O assunto chegou ao presidente, que deve consultar sua equipe para tomar pé da situação.
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“Nós não podemos deixar que a relação [do Estado] com o Lula seja contaminada pela disputa entre Emanuel Pinheiro e Mauro Mendes. Lula é inteligente, não vai se deixar contaminar por essa disputa. E eu espero que o prefeito não esteja fazendo qualquer movimento com essa finalidade, porque não vai encontrar ressonância no Governo Federal. O Governo Federal quer diálogo com todo mundo”, disse em entrevista à imprensa na quarta-feira, 8 de março.
Emanuel tem se aproximado do presidente nas últimas semanas. Ele tem cumprido diversas agendas nos ministérios e se reuniu com Lula junto com a primeira-dama, Márcia Pinheiro (PV), e o deputado federal Emanuel Pinheiro Neto (MDB), o Emanuelzinho, que é vice-líder do governo na Câmara Federal. No encontro, os políticos discutiram as demandas da capital e apresentação de programas sociais como Prato Cheio.
Já o governador Mauro Mendes tem recorre ao governo federal para tentar estadualizar o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. Ele já foi licitado, mas o governador defende a anulação do certame, alegando que pode fazer mais investimentos que o setor privado, para atrair e fomentar o turismo na região.
Lúdio disse que a gestão do presidente tem por objetivo atender a todos os gestores, independente da ideologia política. Lula esteve em Mato Grosso na última semana, onde conseguiu reunir bolsonaristas em seu palanque, como o governador e o senador Wellington Fagundes (PL).
“O fato de o Lula vir a Mato Grosso, um estado onde ele não venceu as eleições e o governador foi eleito em oposição a ele, é uma demonstração de que ele governa sem olhar a cor partidária e quer respeitar os gestores em cada nível de governo […]. Ele botou o dedo na ferida de Mato Grosso, que é de ter esse modelo de exploração econômica que concentra renda e riqueza, que produz, supostamente, alimento, mas que deixa quase 700 mil mato-grossenses passando fome. Então, ele ao mesmo tempo tenciona que é preciso mudar essa lógica”, destacou.
