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Política Terça-feira, 11 de Junho de 2024, 09:20 - A | A

Terça-feira, 11 de Junho de 2024, 09h:20 - A | A

NO OLHO DO FURACÃO

Geller diz estar tranquilo com denúncias de fraude em megaleilão de arroz do PT

Da Redação

Redação | Estadão Mato Grosso

No ‘olho do furacão’ do ‘escândalo do arroz’, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, afirmou que não está preocupado com as denúncias de fraudes no leilão de R$ 1,31 bilhão organizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a compra de 263 mil toneladas de arroz importado.

“Estou muito tranquilo, já fui ministro e hoje estou aqui para ajudar”, disse Geller à Revista Veja.

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Ex-ministro de Dilma Roussef (PT), Geller afirmou que já se reuniu com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para manifestar sua tranquilidade quanto ao leilão.

"Disse a ele que estou 100% tranquilo, conheço o setor há 20 anos", disse.

A crise gerada pelo leilão tem provocado discussões internas no governo Lula (PT) quanto à permanência de Geller. O presidente se mostrou insatisfeito com a situação, já que o leilão foi planejado como uma medida positiva, mas se transformou em uma crise. No Congresso, deputados já estão recolhendo assinaturas para a criação da CPI do Arroz, impulsionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A situação de Geller piorou com a revelação de que a FOCO Corretora de Grãos, participante do leilão, pertence a Robson Almeida de França, ex-assessor parlamentar de Geller na Câmara e sócio do filho do secretário, Marcello Geller, em outras empresas.

"Ele trabalhou comigo até 2020. Falei com ele recentemente e ele até brincou dizendo que eu não pago mais o salário dele", justificou Geller.

Além de Geller, o diretor de Operações e Abastecimento da Conab, Tiago José dos Santos, responsável pela organização do leilão, também está sendo questionado. Deputados de partidos como o Novo, PP e PSDB apresentaram uma representação ao Tribunal de Contas da União (TCU), apontando indícios de "fraude", "direcionamento" e "uso de artifícios para restringir a competitividade".

PEDIDO DE CPI

Os congressistas argumentam que apenas uma das quatro empresas que participaram do leilão trabalha no ramo de importação. Ainda assim, as quatro vencedoras do leilão, realizado na quinta-feira, 6 de junho, vão receber R$ 1,3 bilhão. Para fazer o leilão, o governo precisou derrubar uma liminar da Justiça gaúcha, que havia proibido o leilão a pedido de entidades e políticos ligados aos produtores de arroz do Rio Grande do Sul, responsáveis por mais de 70% da produção nacional.

A maior suspeita recai sobre a principal vencedora do certame, a empresa Wisley A. de Souza Ltda., que opera em Macapá sob o nome fantasia de Queijo Minas. A firma ganhou o direito de importar 147,3 mil toneladas de arroz e receber R$ 736,3 milhões do governo. A questão é que a empresa tinha um capital social de apenas R$ 8 mil até o final de maio, mas aumentou esse valor para R$ 5 milhões dias antes do leilão, o que a qualificou para participar da disputa.

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