O deputado federal Neri Geller (PP) descartou a possibilidade de uma composição com o senador Wellington Fagundes (PL) para caminharem juntos na chapa do governador Mauro Mendes (União Brasil). Em conversa com jornalistas na manhã desta segunda-feira, 4 de abril, Geller afirmou que essa solução de consenso que é buscada por algumas lideranças próximas ao governador é “impossível”.
“Isso não existe. Não tem como na legislação. O Jayme é gente boa, tenta pacificar, é um grande líder e respeito ele, mas vai ter que ter uma posição. Na chapa majoritária só cabe um. Um governador e um senador. Como é que vai fazer? E eu sempre deixei muito claro para todos, o nosso grupo tá definido”, enfatizou.
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Geller e Fagundes querem disputar a única vaga no Senado Federal que está disponível nas eleições deste ano. A disputa entre os dois coloca o governador em uma ‘sinuca de bico’. Isso porque Geller é do grupo que ajudou a eleger Mauro em 2018 e hoje conta com o apoio da maioria dos partidos que compõem a base aliada ao governador. Já Fagundes disputou contra Mauro em 2018, mas foi se aproximando ao longo do governo e hoje goza do apoio do presidente Jair Bolsonaro, que está em seu partido.
Essa questão foi ressaltada por Neri, que ‘mostrou a fatura’ do apoio prestado a Mauro durante os quatro anos de seu mandato federal. Ele enfatizou que encarou brigas políticas em Brasília para viabilizar recursos e projetos de interesse do Estado de Mato Grosso, como a liberação para construção da 1ª ferrovia estadual.
“Estamos há três anos e meio, quatro anos, alinhados com o governador. Se o governo do Estado conseguiu equilíbrio fiscal, se trouxe muito recurso, muito se deve à bancada federal, liderada por mim, e todos parlamentares”, disse. “Eu tenho um vínculo com o governador Mauro Mendes próximo mesmo, então eu acho que isso vai ser levado em consideração”, completou, mais à frente.
Geller contou que se reuniu com o governador na última sexta-feira, 1º de abril, para tratar de questões políticas. Ele afirma que sentiu confiança de que Mauro será candidato à reeleição, mas a questão do apoio ao Senado continua em aberto.
“Vamos caminhar forte no sentido de construir minha candidatura ao Senado, mas a composição ao governo vai depender do governador Mauro Mendes. Nós temos quatro meses ainda. Estamos preparados, vocês sabem que nós temos a base forte e as coisas por si só vão acontecer. Eu não forço a barra. Eu quero ser candidato pela força do meu trabalho. Não é forçando nem a barra. É dialogando, conversando com a base”, argumentou.
Por hora, nenhum dos dois candidatos tem o apoio declarado do governador para disputar a eleição. Aliados de Mauro tentam articular uma chapa única, mas também há quem cogite um apoio às duas candidaturas, trazendo ambos para o palanque do governador.
