A juíza Hanae Yamamura de Oliveira, do Núcleo de Audiências de Custódia de Cuiabá, concedeu liberdade aos quatro homens que atentaram contra a vida do empresário Geandré Latorraca, proprietário do jornal Estadão Mato Grosso. O crime foi cometido na quarta-feira, 16 de outubro, e a audiência de custódia foi realizada na tarde desta quinta-feira, 17.
Surpreendentemente, a magistrada ignorou a extensa ficha criminal dos bandidos e justificou que as medidas cautelares diversas da prisão são suficientes para proteção da vítima, que teve uma arma apontada contra sua cabeça.
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“Mesmo sem adentrar ao mérito dos fatos, até mesmo porque, ainda em fase incipiente, sem produção probatória e, em que pese a reprovabilidade da conduta dos custodiados, entendo que, no presente caso, as cautelares diversas da prisão se mostram suficientes para proteção da vítima”, alegou.
Como medida cautelar, Yamamura apenas restringiu os criminosos de ter contato com Geandré e seus familiares, não portar arma e manter distância de um quilômetro da vítima. A juíza sequer impôs o uso de tornozeleira eletrônica nos criminosos.
O CRIME
O empresário Geandré Latorraca estava em seu restaurante, o “Fonte do Paladar” na manhã desta quarta-feira, quando quatro homens chegaram armados ao local, dizendo que tinham sido contratados para matá-lo, por envolvimento com uma mulher casada.
O grupo criminoso é composto pelo soldado da Polícia Militar, Ednilton Rafael Santos Costa; detetive particular e empresário Diemerson Carlos Guido Zick; o irmão dele Dieferson Lucas Guido Zick; e um quarto envolvido, identificado como Kleyferson Ribeiro de Freitas.
Os quatro homens obrigaram o empresário a gravar um vídeo afirmando que não voltaria a mexer com mulheres casadas, mesmo Geandré destacando que não pratica tais atos.
Mesmo assim, diante da ameaça de morte a si próprio e a seus funcionários no restaurante, Latorraca aceitou gravar o vídeo. Os bandidos fugiram do local em seguida e foram caçados pela Rotam, que agiu rapidamente.
A ação rápida da Polícia Militar trouxe a sensação de mais segurança, sentimento esse agora completamente diluído pela decisão, que sequer levou em consideração a periculosidade dos criminosos.
As investigações estão em andamento, mas já está claro para o empresário que o atentado contra sua vida se deu por causa de reportagens publicadas pelo jornal Estadão Mato Grosso, do qual ele é dono.
A principal suspeita é que a motivação tenha sido uma reportagem publicada em agosto, na qual o jornal revelou que um grande esquema de venda de sentenças ocorre no interior do Estado.