A vereadora por Cuiabá Edna Sampaio avalia que não há coerência na aproximação do Partido dos Trabalhadores (PT) com o agronegócio, por defenderem “ideologias” diferentes. Na avaliação da petista, o setor atua em benefício próprio, enquanto a sigla defende os direitos dos trabalhadores e a divisão de riquezas.
“Um governo precisa se colocar a favor da maioria e, às vezes, quando se coloca a favor da maioria, quem é a minoria e está ganhando muito, precisa recuar, precisa perder também. Como a gente vai redistribuir a riqueza no Brasil e fazer políticas que interessam o povo trabalhador se quem sustenta esse governo Bolsonaro, quem ganhou muito dinheiro nesses dois anos enquanto o povo morria e passava fome, vai ser também nossos aliados de primeira hora? Não vejo como”, ponderou a parlamentar, em entrevista ao Jornal Estadão Mato Grosso.
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Na avaliação de Edna, o agronegócio se tornou um poder no estado. Ela aponta que após a gestão Dante de Oliveira (in memorian), todos os governadores foram eleitos com o apoio do agronegócio, com objetivo de fazer políticas que beneficiem a categoria. Ela disparou contra a atual gestão estadual que, em sua visão, expressou a política voltada para o agro em detrimento da população.
“Um governo que governa para tão pouca gente e essa tão pouca gente é tão insensível para uma situação tão grave que nós estamos vivendo... eu acho que tem nada a ver com o governo do PT, não tem nada a ver com a construção que nós precisamos fazer para o Brasil”, disse.
A aproximação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o setor tem dividido opiniões no diretório petista de Mato Grosso. O presidente do PT em Mato Grosso, deputado estadual Valdir Barranco, afirmou que é possível haver essa união. Ele disse que abraçará o agronegócio caso tenha apoio a uma possível candidatura do ex-presidente.