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Política Quinta-feira, 29 de Abril de 2021, 07:00 - A | A

Quinta-feira, 29 de Abril de 2021, 07h:00 - A | A

VIA DE ESCOAMENTO

Debate ambiental é cortina de fumaça contra a Ferrogrão, diz ministro

A ferrovia que liga Mato Grosso ao Pará conta com 933 km de extensão e é uma das prioridades do Ministério da Infraestrutura

Mak Lucia

Repórter | Estadão Mato Grosso

A Ferrogrão em Mato grosso, mais uma vez, foi palco para discussão sobre meio ambiente. Em evento realizado na última sexta-feira (23), promovido pela Sinduscon-PA, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, defendeu que o debate sobre os impactos ambientais causados pela Ferrogrão não passa de um motivo para encobrir a real intenção.

O discurso ideológico ganhou espaço mais uma vez, com o ministro acusando as entidades ambientalistas e especialistas de serem “bancados” por concorrentes que temem perder receitas quando a ferrovia estiver em operação. “A questão da Ferrogrão não tem nada a ver com o meio ambiente! O meio ambiente é uma cortina de fumaça”, disparou.

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Para ele, a Ferrogrão será o maior regulador tarifário do país. Este é seria, segundo o ministro, o principal motivo para ser "alvo de ataques" dos concorrentes.

A ferrovia que liga Mato Grosso ao Pará conta com 933 Km de extensão e é uma das prioridades do Ministério. A promessa é revolucionar o escoamento de grãos do Centro-Oeste por portos da região Norte. Pelos cálculos do Governo, a Ferrogrão deve custar R$ 21,5 bilhões aos cofres, só pra colocar a linha férrea em operação. O tempo de concessão é de 29 anos.

O governo pretende leiloar o projeto ainda este ano, mas antes precisa que o Tribunal de Contas da União (TCU) dê sua aprovação, além de precisar derrubar a liminar no Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu mudanças nos limites da Floresta Nacional do Jamanxim para a passagem da ferrovia.

Durante o evento, o ministro citou que os poderes econômicos por trás da oposição ao projeto usam “inocentes úteis” em esforços para barrar o leilão.

Sem citar nomes, Tarcísio afirmou que entre os opositores estão concorrentes dos produtores de grãos do Centro-Oeste e operadores de ferrovias que cobrariam frete equivalente ao rodoviário para transportar a produção dos portos. 

Há ainda outros dois projetos ferroviários com interesse na produção do agro local, a Fico (Ferrovia de Integração do Centro-Oeste), da Vale, que vai ligar o Mato Grosso à Ferrovia Norte-Sul, e a Malha Norte, da Rumo que vai ligar o estado ao porto de Santos.

O ministro pontuou não fazer sentido a aversão de ambientalistas ao projeto. Para ele, o fato de haver redução na emissão de gases de efeito estufa, já que haverá redução no tráfego de caminhões, deveria por si só agregar o apoio dos ativistas. Outra alegação do ministro é que a ferrovia funcionará como um corredor verde na Amazônia, reduzindo os possíveis impactos da ampliação do tráfego de caminhões sobre a área de influência da BR-163, hoje a principal rota dessa produção.

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