O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Leite Valeixo, foi exonerado do cargo nesta sexta-feira (24). A exoneração ocorreu a pedido, segundo decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, e publicado no "Diário Oficial da União" desta sexta-feira (24).
Na quinta, Moro havia dito ao presidente que pediria demissão se Valeixo fosse demitido, segundo informaram as colunistas do G1 e da GloboNews Cristiana Lôbo, Andreia Sadi e Natuza Nery. Oficialmente, o Ministério da Justiça nega que Moro tenha chegado a pedir demissão.
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Questionado por apoiadores no fim da tarde, ao chegar à residência oficial do Palácio do Alvorada, Bolsonaro não respondeu.
O preferido por Bolsonaro para assumir a PF é o delegado Anderson Gustavo Torres, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, que tem o apoio do governador Ibaneis Rocha e do MDB. Torres também é amigo do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Na quarta-feira, Ibaneis e o presidente conversaram sobre a troca de comando em reunião ocorrida no Palácio — sem a presença de Moro —, que soube do encontro depois, por intermédio de um assessor.
Antes de assumir a Segurança Pública, Torres atuou na Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) como diretor de assuntos legislativos. Sua função era promover a interlocução dos policiais federais com os parlamentares. A chapa da ADPF foi constituída com apoio do então deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR). Torres também foi chefe de gabinete de Francischini e trabalhou na CPI que investigou operações do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
O delegado Torres conheceu Bolsonaro no Congresso nessa época, quando o atual presidente exercia o mandato de deputado.
Atual diretor da Agência Brasileira de Informação (Abin), Alexandre Ramagem também é cotado para dirigir a PF e conta com o apoio do vereador carioca Carlos Bolsonaro e a simpatia do general Augusto Heleno.
Tradicionalmente, quando o diretor-geral da PF vai deixar o cargo, ele indica ao menos três nomes de potenciais substitutos e os entrega ao ministro da Justiça, que os submete ao presidente da República.