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Política Sexta-feira, 21 de Março de 2025, 07:00 - A | A

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70 famílias afetadas pela chuva já receberam auxílio emergencial da Prefeitura de Cuiabá

Maiara Max

Repórter | Estadão Mato Grosso

Mais de dois meses após a forte enchente que atingiu o bairro São Matheus, em Cuiabá, moradores relatam que ainda não receberam o auxílio emergencial de R$ 1.000, aprovado pela Prefeitura para ajudar as famílias afetadas. A verba foi anunciada pelo prefeito Abilio Brunini (PL) como uma forma de garantir assistência rápida à população que perdeu móveis e eletrodomésticos durante o temporal do dia 12 de janeiro. No entanto, a espera continua para grande parte dos atingidos.

A equipe do jornal Estadão Mato Grosso conversou com famílias do bairro São Matheus para entender melhor a situação do auxílio emergencial. A vice-coordenadora da comunidade, Elza Aristides Alves, confirmou as dificuldades relatadas pelos moradores. Segundo ela, para receber o benefício, é necessário passar por um cadastro realizado pela Defesa Civil, porém, os moradores não têm acesso direto ao processo e precisam aguardar que as equipes compareçam às suas residências.

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Após essa etapa, o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) entra em contato para verificar a documentação das famílias. No entanto, a própria Elza, que já passou pelo cadastro, ainda não recebeu o auxílio. Ela também foi informada de que há um critério de prioridade no repasse do valor, mas os moradores questionam como essa seleção é feita, já que muitas pessoas que perderam tudo na enchente ainda não foram contempladas. Além disso, foi informado a Elza que os afetados poderiam comprar os itens de necessidade e apresentar as notas fiscais para reembolso.

Doraci Benedita Cândido da Silva, uma das moradoras, contou que a Defesa Civil informou que o auxílio seria repassado em etapas, após uma visita para cadastro. No entanto, ela e muitos outros moradores ainda não foram contatados. “Até agora não vieram na minha casa, e nem na casa da maioria aqui do bairro. Esse dinheiro seria uma grande ajuda para nós", desabafou.

Com a saúde fragilizada após contrair Chikungunya e enfrentando a suspeita de leptospirose, ela desabafa sobre a necessidade do auxílio emergencial para custear despesas médicas e deslocamentos por meio de aplicativos, já que ainda tem dificuldades para se locomover devido ao inchaço nos pés e pernas. Além disso, relata a falta de agilidade no atendimento nas unidades de saúde e a dificuldade em conseguir os exames necessários.

Maria Aristides Alves, de 67 anos, foi uma das primeiras a realizar o cadastro junto à Defesa Civil ainda em janeiro, mas até agora não recebeu o auxílio emergencial. Moradora de uma casa em frente ao córrego, uma das mais atingidas pela enchente, ela perdeu praticamente todos os móveis. “Tinha até peixe aqui dentro, além de corós, lacraias, tudo rodava com a força da água”.

Além das dificuldades causadas pelo desastre, Maria cuida de sua filha acamada, diabética e com infecção renal, que aguarda consulta na rede municipal para dar continuidade a procedimentos médicos. Segundo ela, o auxílio seria fundamental para a compra de alimentos compatíveis com a dieta restrita da filha, além dos medicamentos essenciais para seu tratamento.

Já Simone, sua sobrinha e vizinha, relatou que, mesmo após a Defesa Civil ter feito a vistoria em sua residência, ela ainda não recebeu o benefício. "A enchente aconteceu em janeiro, perdemos muitas coisas, e só ontem vieram fazer meu cadastro. Mas até agora, quem fez o cadastro antes também não recebeu nada", reclamou.

Os moradores também ressaltam que receberam doações por parte da Prefeitura, como colchões, produtos de limpeza e higiene, cestas básicas, cobertores, frutas, verduras, panelas, e esses itens ajudaram muito, estão bastante agradecidos, mas o auxílio financeiro é essencial para arcar com os prejuízos, como a compra de móveis e o conserto de eletrodomésticos danificados. "A gente precisa desse dinheiro, contávamos com ele, mas até agora nada", lamentou Simone.

Enquanto aguardam respostas, as famílias atingidas continuam cobrando um posicionamento da Prefeitura e da Defesa Civil para que a promessa do auxílio emergencial seja cumprida o mais rápido possível.

A Prefeitura se posicionou por meio de nota:

A Prefeitura de Cuiabá esclarece que já realizou três repasses do auxílio emergencial destinado às famílias atingidas pelas fortes chuvas que ocorreram na capital. O benefício, no valor de R$ 1.000 por família, tem sido concedido conforme critérios estabelecidos pela Secretaria Municipal de Assistência Social, Direitos Humanos e Inclusão, através de um rigoroso processo de cadastramento e verificação de documentação.

A vice-prefeita e secretária de Assistência Social, Vânia Rosa, assinou na última sexta-feira (14) a terceira remessa do pagamento, beneficiando mais 70 famílias. O repasse continua sendo realizado de forma escalonada, garantindo que todas as famílias que atendem aos critérios sejam contempladas.

A Prefeitura não suspendeu nem atrasou os pagamentos do auxílio. O processo segue em andamento e tem sido realizado de maneira transparente, com acompanhamento das equipes dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e da Defesa Civil.

A Prefeitura também reitera que, além do repasse financeiro, diversas outras medidas de assistência foram adotadas, incluindo a distribuição de cestas básicas, colchões, kits de higiene e apoio direto às famílias em situação de vulnerabilidade. Essas ações foram conduzidas em parceria com o Governo do Estado, contando com a atuação da primeira-dama municipal, Samantha Iris, e da primeira-dama estadual, Virgínia Mendes.

A Prefeitura reforça seu compromisso com a população e segue trabalhando para garantir que todos os atingidos pelas chuvas recebam o suporte necessário. Qualquer dúvida ou questionamento pode ser esclarecido diretamente nos CRAS ou nos canais oficiais da Secretaria de Assistência Social.

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