Preso pela Polícia Federal nesta segunda-feira (12), o cacique indígena José Acácio Serere Xavante recebia suporte financeiro do fazendeiro Maurides Parreira Pimenta, dono de terras em Mato Grosso, para se manter em Brasília, onde participava das manifestações contra o resultado das eleições presidenciais deste ano.
A informação foi revelada pelo próprio fazendeiro, que se identifica como Dide Pimenta, em vídeo divulgado nas redes sociais para pedir doações em dinheiro para manter os indígenas em Brasília. No vídeo, ele afirma que se juntou a alguns amigos para enviar oito ônibus com indígenas para os protestos em Brasília.
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“Então, há 10 dias que nós estamos conseguindo mandá-los para lá e ajudá-los. Já mandados para lá, aqui de Campinápolis, eu e um grupo de amigos, mais ou menos, contanto com ontem, uns 8 ônibus de índios. E ontem, de outras etnias também já foram para Brasília. Então, estamos com um pouquinho de dificuldade de ajudar a manter esses índios lá”, disse o produtor.
No vídeo (veja abaixo), Dide Pimenta explica que é sua família é de Araçatuba, em São Paulo, mas possui terras na região de Campinápolis, próximo à Terra Indígena Parabubure, onde o ‘cacique Serere’ vive. Ele também afirma que está tendo dificuldades para sustentar os indígenas que participam das manifestações em Brasília e pede doações.
“Todo mundo tá ajudando, passando PIX direto para a conta do Serere ou pode passar até para a minha. Qualquer quantia vai ajudar muito. Nós estamos recebendo aí de 30, 40, até 500 reais. Isso vai da consciência e da capacidade de cada um”, disse.
“Estamos empenhados nessa luta junto com Serere e com os Xavantes para manter a nossa democracia e o nosso capitão no governo”, concluiu.
SOBRE A PRISÃO
O ‘cacique Serere’ foi preso a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou necessidade de garantir a ordem pública, devido a indícios da prática de crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Sua prisão foi o estopim para uma noite de terror em Brasília (DF) nesta segunda, quando manifestantes bolsonaristas tentaram invadir a sede da Polícia Federal e queimaram carros e ônibus nas ruas da cidade.
A PGR alega que José Acácio tem usado sua posição como líder do povo Xavante para arregimentar indígenas e incentivá-los a cometer os mesmos crimes. José é conhecido nas redes sociais por fazer oposição ferrenha a Lula, inclusive com ameaças e com incentivo para que seus apoiadores cometam crimes contra o petista.
Autodeclarado pastor evangélico e missionário da Associação Indígena Bruno Ômore Dumhiwê, o ‘cacique Serere’ já foi preso por tráfico de drogas e já tentou disputar a prefeitura de Campinápolis pelo Patriotas, em 2020, mas acabou derrotado.