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Polícia Quarta-feira, 26 de Junho de 2024, 12:07 - A | A

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OLHA O GOLPE!

Vendedor de carros de luxo é acusado de calote em clientes em Cuiabá

Da Redação

Redação | Estadão Mato Grosso

O tão sonhado momento de adquirir um carro de luxo se tornou um pesadelo para Wanderson de Araújo Pereira, de 33 anos, que acabou levando um "golpe" neste mês, em Cuiabá. Ele registrou um boletim de ocorrência contra o vendedor William Leal da Costa Silva, por suspeita de estelionato. Até o momento, William não prestou esclarecimentos sobre a denúncia. Outras vítimas também procuraram a delegacia para denunciar casos semelhantes.

Segundo o boletim de ocorrência, Wanderson foi até a loja Land Rover, na Avenida Fernando Corrêa, e procurou William no dia 7 deste mês. O vendedor teria sido indicado por uma amiga, após ser apontado como o "melhor da loja". O veículo que a vítima escolheu estava exposto do lado de fora e ele foi orientado a fazer a transferência do valor de R$ 157 mil via PIX, pois assim ganharia um desconto, já que o carro seria faturado no nome de William.

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Toda a negociação, segundo a vítima, foi feita dentro da loja. A transferência foi feita para a conta-corrente do suspeito, ficando combinado que o carro seria entregue no dia 8. Wanderson conta que, na data, foi até a loja, participou de um coffee break e foi avisado que o veículo não seria entregue, pois "não teriam conseguido finalizar o faturamento". A entrega então ficou para segunda-feira.

Por conta do atraso, William disse que daria um "kit black" a Wanderson, que seria instalado por uma autorizada. O vendedor e a vítima foram até o local na segunda, levando o veículo, que foi entregue novamente mais tarde pelo próprio William. Acontece que, após estar em posse do carro que comprou, o gerente da empresa ligou para ele e disse que o veículo havia sido furtado por William.

Ao saber sobre o caso, Wanderson foi avisado de que um boletim de ocorrência seria registrado contra ele. No boletim, a vítima disse que só efetuou o pagamento "porque acreditou que estaria aproveitando o desconto, acreditando que a compra era legal, já que fez o negócio dentro da loja".

O advogado de Wanderson, Alaert Rodrigues da Silva, explicou que se a compra é feita dentro da loja, por um funcionário da loja, sendo adquirido um produto exposto, a responsabilidade cai sobre a loja.

"Ele é amparado pela legislação de compra e venda. Se a empresa tem um produto exposto, se a venda foi feita por um funcionário, que utilizou da estrutura, do marketing, e fornece os dados pessoais dele para realizar a transação, mas a empresa não tem ciência, não tem controle, é de responsabilidade dela [o prejuízo], não do cliente."

O advogado ainda disse que outra vítima, que pagou com cartão de crédito diretamente na máquina da concessionária, também teve prejuízo.

"A concessionária diz que não tinha conhecimento dos fatos. Mas nós, como defesa da vítima, apontamos que, dentro dessas circunstâncias, em que a compra ocorreu dentro da loja, por um funcionário, é responsabilidade dela. Falha responsabilizada", pontuou.

OUTRO LADO

A reportagem entrou em contato com a loja, mas a pessoa responsável não podia atender no momento e pediu para retornar a ligação mais tarde. Nossa equipe voltará a entrar em contato. O espaço segue aberto para manifestação

SUSPEITO INVESTIGADO

Jean Paulo, delegado da Delegacia de Estelionatos de Cuiabá, afirmou em entrevista ao programa Cadeia Neles que William já foi denunciado por casos parecidos, com vítimas do interior, e que estão aparecendo mais vítimas conforme o caso se torna de conhecimento público.

"Não só essa empresa, como várias outras, estão sofrendo com golpes assim. É uma prática fraudulenta feita pelos vendedores, para que as pessoas que estão realizando a compra façam o pagamento para suas contas pessoais. O William trabalhava lá desde 2020, então passava confiança a alguns clientes, mas que acabaram caindo em golpes", disse.

Segundo ele, é comum em lojas de carro de luxo que o vendedor faça essa intermediação de compra e venda, mas, em alguns casos, o cliente não recebe o carro, ou a loja não recebe o valor pago.

"Em alguns, eles prometem um 'crédito' na empresa, mas quando o cliente procura a loja para resgatar, descobre que não existe nada".

William será intimado para prestar depoimento. No momento, ele não é considerado fugitivo.

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