Quatro dos cinco policiais das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), que estão presos há praticamente três semanas por suposto envolvimento na morte do advogado Renato Gomes Nery, foram alvos de um novo mandado de prisão. Dessa vez, a decisão trata de um confronto que teria sido forjado pelos agentes, alguns dias depois da morte do advogado, na região do Contorno Leste, em Cuiabá.
As informações foram confirmadas à reportagem do Estadão Mato Grosso e os policiais alvos do mandado de prisão tratam-se de Jorge Rodrigo Martins, Leandro Cardoso, Wailson Alesandro Medeiros Ramos e Wekcerlley Benevides de Oliveira. O confronto em questão foi registrado na madrugada do dia 12 de julho, sete dias após a morte de Nery.
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Na ocasião, um homem morreu e um adolescente foi apreendido. À época foi informado que duas armas haviam sido apreendidas com a dupla e uma dessas armas, uma pistola calibre 9 milímetros, foi a arma que tirou a vida de Renato Gomes Nery.
Na ocasião, policiais da DHPP recolheram duas armas de fogo no local do confronto e as submeteram a exames de balística. O laudo apontou que uma das armas foi utilizada no assassinato do advogado. Com o avanço das investigações, os agentes concluíram que o confronto foi forjado.
A reportagem teve acesso ao boletim de ocorrência redigido pelos policiais militares envolvidos, onde consta a versão oficial do suposto confronto. De acordo com o documento, os agentes alegaram que estavam em patrulhamento quando receberam a informação de um roubo de veículo ocorrido próximo ao Shopping Pantanal. Durante o trajeto, os suspeitos teriam colidido com uma motocicleta e fugido em direção ao bairro Planalto.
Os policiais informaram que, ao se depararem com o veículo dos criminosos na Avenida Contorno Leste, houve confronto após os suspeitos atirarem contra a viatura. Segundo o boletim, um dos indivíduos tentou desembarcar armado e foi baleado ao desobedecer à ordem de soltar a arma, caindo do veículo.
Outros dois suspeitos também estariam no veículo, o adolescente de 16 anos e um homem identificado apenas como Ruan, de alcunha Japão. Na versão dos policiais, Japão continuou acelerando o carro até entrar em uma área de mata e conseguiu fugir. O adolescente também foi baleado e resgatado com vida.
Duas armas foram encontradas com o adolescente e o bandido não identificado, uma pistola Jericho e uma Glock.
A DHPP, no entanto, concluiu que esse confronto foi encenado com o objetivo de plantar uma das armas na cena e confundir as investigações sobre o assassinato de Nery. A motivação do crime ainda não foi divulgada pela polícia.
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