Há seis meses, a cidade de Confresa (1.160 km ao nordeste de Cuiabá) foi abalada por uma ação cinematográfica de um bando que tinha o objetivo de roubar a sede da empresa de transporte de valores, Brinks. Usando de armamento pesado, veículos e até reféns, os criminosos conseguiram entrar e sair da cidade, sendo perseguidos durante longos quarenta dias. À época, 18 bandidos morreram em confrontos e dois foram presos. Contudo, essa era apenas a ponta do iceberg.
Durante coletiva de imprensa, realizada nesta segunda-feira (09), a Polícia Civil revelou que 13 envolvidos na ação em Confresa estão foragidos. Essas novas figuras tinham participação em diversas esferas do crime, desde o planejamento, apoio financeiro e apoio logístico ao roubo.
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Esses criminosos foram alvos da Operação Pentágono, uma ação em conjunto entre cinco estados para levar os envolvidos com crime em Confresa à Justiça.
Operação Pentágono
Deflagrada na última sexta-feira (6), a operação tinha 35 mandados de busca e apreensão para cumprir. Ao todo, os policiais conseguiram aprender armas de grosso calibre, um vasto arsenal de munição, materiais de apoio e no fim, o prejuízo dado a organização criminosa foi de R$ 3,4 milhões.
“As buscas foram cumpridas nas cidades de Hidrolândia e Rialma (GO); Santa Luzia do Tide, Alto Alegre do Pindaré e Vitorino Freire (MA); Itapeva (MG); Redenção (PA); Atibaia, Diadema, Guarulhos, Paulínia, Porto Ferreira, Ribeirão Preto, São Bernardo do Campo e São Paulo (SP); Palmas, Gurupi e Peixe (TO)”, publicou a Polícia Civil.
A Divisão do Bando
Dos 33 envolvidos, cinco eram barqueiros e responsáveis por realizar o transporte da quadrilha, ajudando na fuga dos bandidos, tirando eles de Confresa por barco e os levando pelo Rio Javés a uma aldeia indígena no município de Tocantins. De lá, a rota de fuga seguiria pelo estado.
Como tudo deu errado e não conseguiram levar nenhum valor da sede da Brinks, os bandidos tentaram iniciar o plano de fuga, mas, dos cinco barcos preparados, somente três funcionaram.
Os fugitivos em questão atuaram na parte “braçal’ do roubo, sendo eles os 18 que morreram ao decorrer dos dias, nos confrontos com as forças de segurança de vários estados do Brasil.
Domínio de Cidades
O delegado Gustavo Belão, do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO), explicou que o ataque em Confresa não foi parte do Novo Cangaço, prática conhecida pelo ataque de criminosos às agências bancárias. O caso foi classificado como "Domínio de Cidades".
Diferente do Novo Cangaço, o Domínio de Cidades se trata de um grupo criminoso, desbancando, mesmo que momentaneamente, a autoridade do Estado sobre o local do crime. Segundo o delegado Belão, o Novo Cangaço "não é tão organizado".
Em Confresa, várias estruturas e prédios públicos foram atacados, como a base da Polícia Militar, que foi atingida por um número “incalculável de disparos”, afirmou o delegado.