Apontado como cabeça de um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo do Comando Vermelho, o pastor Ulisses Batista é um dos alvos da Operação Falso Profeta e é considerado foragido pela Polícia, uma vez que não estava em casa nesta manhã de quinta-feira, 20 de março. As investigações apontam que ele está abrigado em uma das favelas do Rio de Janeiro. O religioso é apontado como uma das lideranças do Comando Vermelho e líder de um esquema que consistia na coação de comerciantes locais que eram obrigados a comprar garrafões de água que eram fornecidos pela facção.
O delegado Rodrigo Azem, da Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco), afirma não ter havido vazamento de informações sobre a operação. Segundo ele, Ulisses já está há algum tempo no Rio de Janeiro, sendo que algumas propriedades do pastor estão fechadas, como a própria igreja e uma distribuidora.
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Ainda conforme informado, tanto o pastor como os outros alvos dessa operação colecionam diversas passagens criminais, incluindo homicídio e tráfico de drogas.
A OPERAÇÃO
A investigação teve início em novembro de 2024 e identificou criminosos que coordenavam o “Projeto Água 20 LT”, do Comando Vermelho. No esquema criado pela facção, comerciantes eram ameaçados para comprar apenas os galões de água fornecidos apenas pelo grupo, além de pagar a taxa de R$ 1 por galão vendido.
Para montar o esquema de abordagem às vítimas, os integrantes da facção, de maneira articulada e com divisão de tarefas, criaram um grupo de WhatsApp, com o objetivo de estabelecer o controle explícito sobre os distribuidores, fazendo vítimas comerciantes de diversos bairros de Cuiabá e Várzea Grande.
Nas investigações, foi possível identificar que o administrador do grupo de Whatsapp é um dos líderes da facção criminosa, responsável por manter o controle financeiro e logístico do esquema, coordenando atividades de extorsão do grupo.
Também foram identificados outros integrantes responsáveis pelas visitas às distribuidoras para reforçar a necessidade de aquisição, por parte dos comerciantes, do produto vendido pela facção, além da cobrança da “taxa” por cada galão vendido pelos comerciantes.
Todos os alvos identificados possuem extensa ficha criminal por crimes como tráfico de drogas, homicídios, roubo, uso de documento falso e organização criminosa, além de vínculos com a facção criminosa.
LAVAGEM DE DINHEIRO
A investigação também identificou pessoas envolvidas com a lavagem do dinheiro obtidos por meio das extorsões. Além de uma distribuidora de água, os policiais constataram que os criminosos usaram uma farmácia, registrada em nome de ‘laranjas’, para movimentar o dinheiro ilegal. Segundo a Polícia, um dos ‘donos’ da farmácia sequer tem condições financeiras de ter um negócio desse porte, já que é beneficiário de programas sociais.
Os vínculos existentes apontaram para uma pessoa jurídica que também atua no ramo da distribuição de água e bebida, funcionando como “testa de ferro” da facção, dissimulando transações por meio das empresas, com o objetivo final de remeterem o dinheiro arrecadado em Mato Grosso para membros do Comando Vermelho no Rio de Janeiro.