Investigado pela Polícia Civil por extorsão qualificada e quatro tentativas de homicídio em Rondonópolis, pela instalação de artefatos explosivos em dois supermercados da cidade no ano passado, que feriram duas pessoas, R.M.O. foi condenado a 51 anos e cinco meses de prisão. A decisão foi publicada nesta terça-feira (17.12).
Na decisão, o juiz do Tribunal do Júri da Comarca de Rondonópolis, Leonardo Tumiati, considerou que o réu deve ser mantido preso, pois não há alteração que justifique direito de recorrer em liberdade.
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A Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Rondonópolis (Derf) concluiu o inquérito em abril de 2023, com o indiciamento do autor pelos crimes que causaram lesões graves nas vítimas. Os artefatos tinham potencial lesivo capaz de causar mortes.
Construção das bombas
A investigação da Derf reconstruiu o passo a passo do planejamento do crime, rastreando desde as aquisições do equipamento eletrônicos usados nas bombas.
Conforme apurou a equipe policial, o autor estudou desde as formas de preparação da bomba até o processo de aquisição de moedas virtuais e formas de evitar a rastreabilidade do dinheiro, caso houvesse sucesso no pagamento da extorsão promovida por ele contra os proprietários da rede de supermercados.
Uma das bombas fabricadas pelo autor explodiu no dia 04 de abril, em um supermercado no bairro Vila Operária, e feriu quatro pessoas, duas delas atingidas com gravidade. Outra bomba foi colocada em uma loja da rede no Jardim Tropical, mas não houve a explosão. O artefato foi localizado pela Polícia Civil e equipes especializadas realizaram a detonação.
R.M.O. foi preso preventivamente em 12 de abril do ano passado. Na residência dele, no Residencial Farias, os policiais civis apreenderam objetos utilizados na fabricação dos artefatos explosivos, como pólvora, mecanismo eletrônico de detonação à distância, munições, além da motocicleta e outros objetos usados no crime. Todos os materiais passaram pela perícia da Politec.
R.M.O. foi interrogado e confessou a autoria do crime, alegando ter agido sozinho. Além de dar detalhes de como planejou o crime, contou como instalou artefatos explosivos nos estabelecimentos no dia 31 de março e, quatro dias depois, foi ao local dos fatos para acionar as bombas, após a recusa no pagamento da quantia exigida na extorsão.
A investigação da Derf de Rondonópolis contou com apoio da Delegacia Regional, Delegacia de Homicídios e Diretoria de Inteligência da Polícia Civil.