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Polícia Quinta-feira, 28 de Dezembro de 2023, 10:40 - A | A

Quinta-feira, 28 de Dezembro de 2023, 10h:40 - A | A

RETROSPECTIVA 2023

Carnaval de 2023 foi o mais violento da história recente de Mato Grosso

Igor Guilherme

Repórter | Estadão Mato Grosso

O carnaval 2023 foi o mais violento da história recente de Mato Grosso. Do dia 17 de fevereiro ao 21, Mato Grosso testemunhou episódios de violência que ficaram marcados por sua brutalidade.

A reportagem do Estadão Mato Grosso teve acesso aos dados deste e dos últimos carnavais, 2020 e 2019. Os dados fornecidos pela Secretaria de Estado e Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT) apontam que o carnaval de 2023 teve 26 homicídios dolosos.

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O número é 160% maior que o carnaval de 2020, quando Mato Grosso registrou 10 homicídios dolosos. Em 2019, há quatro anos, o número não foi muito diferente, quando o estado registrou 12 homicídios dolosos.

Devido à pandemia do novo coronavírus, 2021 e 2022 foram anos em que o carnaval não foi celebrado no estado.

Apesar dos números, nenhuma das 26 mortes foi registrada em locais onde a festa de carnaval era celebrada. Dois, de um dos três casos mais chocantes de homicídios no estado foram registrados em bares de Mato Grosso.

Covardia sem limites

No dia 19 de fevereiro, um domingo, uma criança, de apenas três anos foi feita de escudo humano por um homem que era alvo de criminosos em um bar no município de Barra do Bugres. Ágata Tauane da Silva Soares levou um tiro no coração e morreu a caminho de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município.

O homem que usou Ágata de escudo era conhecido da família conforme noticiado pela imprensa e conseguiu fugir dos criminosos. Os atiradores também escaparam e, à época desta reportagem, o caso estava começando a ser investigado, sem novidades acerca da identidade ou localização dos suspeitos do crime bárbaro.

Asfixiado até a morte

Um segundo crime que tomou conta das páginas policiais dos jornais de Mato Grosso foi a morte do assessor do deputado Wilson Santos, Wanderley Leandro Nascimento Costa, asfixiado por dois criminosos identificados como Murilo Henrique e Richard Estaques Aguiar, presos preventivamente pelo crime.

A morte de Wanderley, segundo a investigação da época, foi motivada por vingança. Os assassinos ficaram sabendo dos casos da vítima com menores de idade. Um desses menores seria parente de um dos assassinos.

As informações foram reveladas delegado Hércules Batista Gonçalves, que conduziu as investigações do caso na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Cuiabá.

O corpo do assessor foi encontrado em Cuiabá, na região do Cinturão Verde, já em estado avançado de decomposição. À Polícia, Murilo e Richard confessaram a autoria no crime.

Chacina no Nortão

Na sequência, um terceiro crime bárbaro foi registrado em Mato Grosso e chocou pela sua violência. A chacina de sete pessoas, em um bar de Sinop, no dia 21 de fevereiro, terça-feira de carnaval. Edgar Ricardo de Oliveira e Ezequias Souza Ribeiro renderam e executaram as sete pessoas, entre elas uma adolescente de 12 anos, com tiros de escopeta calibre 12.

A motivação foi que Edgar, um dos atiradores, perdeu uma aposta no valor de R$ 10 mil em um jogo de sinuca e depois de perder a quantia e de ser zombado pelas vítimas, decidiu assassiná-las.

Ezequias morreu um dia depois, no dia 22 de fevereiro, após entrar em confronto com militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) em uma zona de mata

Edgar se entregou à polícia no dia 23 de fevereiro. Ele estava escondido em uma casa no bairro Jardim Califórnia, na mesma cidade, e articulou com seu advogado para se entregar sem confronto, após ver que seu comparsa havia sido morto em confronto com a polícia.

Edgar segue preso na Penitenciária Central do Estado.

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