Nesta sexta-feira, os novos prefeitos completam 100 dias à frente das prefeituras municipais. O período, embora simbólico, é um marco importante para refletir sobre os primeiros passos das gestões recém-iniciadas, principalmente no que se refere ao planejamento, organização das finanças públicas e diálogo com a sociedade. Se os primeiros dias servem para entender a estrutura encontrada, agora é hora de fazer acontecer.
A tarefa não é simples. Os desafios nas cidades são diversos, com realidades diferentes nos aspectos econômicos, sociais e estruturais. Há municípios com problemas históricos de infraestrutura, outros com dificuldades no abastecimento de água, transporte escolar precário, unidades de saúde sucateadas ou déficit habitacional. Em todos os casos, a população quer respostas rápidas — e com razão. Por isso, mais do que boa vontade, é preciso competência, articulação política e planejamento técnico.
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Nenhum prefeito conseguirá governar sozinho. Para transformar as cidades, é necessário buscar o apoio do Governo do Estado e da União, estabelecendo parcerias que viabilizem investimentos estruturantes. Também é fundamental dialogar com os deputados estaduais, federais e senadores em busca de emendas parlamentares, que podem custear desde ações sociais até grandes obras de infraestrutura. O bom gestor é aquele que conhece as necessidades da sua população e consegue apresentar projetos consistentes para captar recursos.
Além disso, os órgãos de controle como Tribunais de Contas, Ministério Público e controladorias internas devem ser vistos como aliados e não como adversários. O zelo com a coisa pública e a observância às leis são essenciais para garantir uma gestão ética, transparente e eficiente. A escuta ativa às recomendações dos órgãos de fiscalização fortalece a administração e evita problemas futuros que podem comprometer a continuidade de políticas públicas.
Outro aspecto fundamental nesse momento é o papel da oposição. Embora, por vezes, seja alvo de críticas por sua postura fiscalizadora, a oposição cumpre uma função nobre no regime democrático. Quando age com responsabilidade, contribui para o aprimoramento da gestão ao apontar falhas, propor soluções e representar parcelas da sociedade que nem sempre são contempladas pelas ações do Executivo. A crítica responsável e fundamentada fortalece o debate público e pode resultar em melhorias concretas. Nesse jogo democrático, quem ganha é a população.
Chegar aos 100 dias de mandato é apenas o começo de um percurso que exige firmeza de propósito e compromisso com o bem comum. As próximas semanas e meses serão decisivas para consolidar os caminhos escolhidos por cada gestão e corrigir eventuais desvios. Os municípios são a porta de entrada do cidadão no estado. É neles que os serviços públicos precisam funcionar, que as escolas precisam abrir, que os postos de saúde precisam ter remédios e médicos. Por isso, a responsabilidade dos prefeitos é enorme.
Mais do que cumprir promessas de campanha, os gestores precisam governar com visão, coragem e dedicação. O futuro das cidades depende das decisões tomadas agora. E o tempo, como todos sabem, não espera.