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Cidades Quarta-feira, 23 de Abril de 2025, 11:20 - A | A

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EM DOIS ANOS

Unimed Cuiabá aumentou em 4.000% pagamentos a empresas de diretores, conselheiros e familiares, diz Instituto

Da Redação

Redação | Estadão Mato Grosso

O Instituto Brasil Cooperado (IBC) acusa a gestão da Unimed Cuiabá, sob comando do médico Carlos Bouret, de má gestão dos recursos da cooperativa e de criar um ‘rombo’ para beneficiar parceiros. As denúncias foram publicadas nos dias 18, 19 e 21 de abril no site da entidade, com base em documentos e análises financeiras.

Segundo levantamento do Instituto, entre 2023 e 2024, empresas ligadas a atuais diretores, conselheiros e familiares receberam R$ 171 milhões da cooperativa. Além disso, outros R$ 25 milhões foram pagos diretamente a pessoas físicas dos dirigentes, como remuneração e valores por produção médica.

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Ainda segundo o IBC, em 2022, ano anterior à gestão Carlos Bouret, essas empresas receberam pouco mais de R$ 4 milhões, evidenciando um crescimento exponencial e potencialmente conflitante nos repasses. Ou seja, um aumento de mais de 4.000% ao longo dos dois anos.

“As ‘transações com partes relacionadas’ precisam ser conduzidas com transparência e terem seus valores devidamente publicados. Esse requisito garante que os cooperados, verdadeiros donos e responsáveis pela cooperativa, possam decidir qual nível de conflito de interesses é tolerável, distinguindo o que é considerado aceitável e o que ultrapassa limites aceitáveis”, diz.

Outro ponto apontado pelo IBC está nos gastos com terceirizações. Em 2024, a Unimed Cuiabá desembolsou R$ 31,8 milhões com consultorias, escritórios de advocacia e auditorias, mais que o dobro dos R$ 14,6 milhões gastos em 2022. A alta posicionou a cooperativa como a sétima entre as Unimeds de grande porte que mais gastam, proporcionalmente, com esses serviços.

Segundo o IBC, Bouret incluiu posteriormente no balanço de 2022 contas antigas que somam mais de R$ 185 milhões. Porém, elas não passaram por auditoria médica e vieram de fora do sistema da cooperativa. A justificativa era “readequar os registros contábeis”, mas isso teria beneficiado especialmente dois grandes hospitais, que teriam vínculos com a diretoria.

Parte dessas contas, em tese, teriam sido geradas pelos atendimentos de hospitais em atendimento de beneficiários de outras Unimeds, procedimento chamado de “Operações de Assistência à Saúde Não Relacionados com Planos de Saúde da Operadora”. Porém, as demais Unimeds se recusaram a pagar o valor, alegando falta de conformidade e de auditoria.

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