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Judiciário Sexta-feira, 06 de Setembro de 2024, 07:00 - A | A

Sexta-feira, 06 de Setembro de 2024, 07h:00 - A | A

CASO MÁRIO MARTELLO

Ministério Público diz ter provas de que assassino de empresário sofreu violência policial

Igor Guilherme

Repórter | Estadão Mato Grosso

Assassino confesso do empresário Mário Martello, Gilvânio dos Santos afirmou durante sua audiência de custódia que foi torturado junto da sua ex-mulher e do seu enteado, de apenas 3 anos, pelos policiais que o prenderam em sua casa na região do Contorno Leste, em Cuiabá. As agressões teriam sido registradas em vídeo, que já está em posse do Ministério Público.

A informação consta na decisão que homologou a prisão em flagrante de Gilvânio e a converteu em prisão preventiva. A defesa de Gilvânio pediu providências contra os policiais que teriam agredido o homem.

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“Em seguida a MM. Juíza de Direito concedeu a palavra ao Ministério Público para manifestar quanto à regularidade da prisão, bem como acerca das hipóteses previstas no artigo 310 e/ou art. 319, o qual pugnou, em síntese, pela homologação do auto de prisão em flagrante, bem como pela conversão em preventiva, e adoção de providência quanto a violência policial sofrida, cujos registros estão gravados na íntegra em mídia audiovisual”, diz trecho da decisão.

Em seu depoimento, Gilvânio detalhou que foi espancado pelos policiais e que sua ex-esposa, detida inicialmente pelo crime e liberada logo depois por falta de provas, teria sido afogada em uma caixa d’água. No relato, Gilvânio contou que havia diversos policiais fardados, mas quem o teria torturado não estava uniformizado.

“(O policial) Colocou a arma em sua cabeça, (deu) socos em suas costelas, chutes no pescoço, ameaçou de pegar o seu enteado de 03 anos e colocar dentro de uma caixa de água e assim o fez, ele não sabe dizer se colocou o menino dentro da caixa de água; pegou sua ex-esposa e a afogou em uma caixa de água; ele estava dentro de um banheiro e ouviu os gritos dela e barulhos da água”, disse Gilvânio.

Diante do relato, a juíza também determinou que as Corregedorias das Polícias Militar e Civil investiguem o caso e tomem as medidas necessárias. Gilvânio responderá por latrocínio e ocultação de cadáver.

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SOBRE O CASO

Mário Martello Júnior, de 68 anos, foi encontrado morto nos fundos de sua empresa de reciclagem na tarde desta terça-feira, 3. Ele estava desparecido desde domingo, 1º de setembro, quando havia marcado um almoço com seu filho.

Poucas horas após o corpo do empresário ser encontrado, a inteligência do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) prendeu Gilvânio dos Santos, de 27 anos, ex-funcionário da empresa de reciclagem. A ex-esposa de Gilvânio também foi detida, mas foi liberada pouco depois.

O casal foi localizado e preso na região do Contorno Leste. A mulher foi liberada após a DHPP descartar a participação dela no crime, mas ela ainda deve responder por receptação culposa.

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