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Judiciário Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2024, 14:49 - A | A

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CONTINUA PRESO

Ex-jogador apontado como “Laranja” do CV tem liberdade negada pela Justiça

Igor Guilherme

Repórter | Estadão Mato Grosso

João Lennon Arruda de Souza, o ex-jogador de futebol "John Lennon", teve seu habeas corpus negado e permanece preso na Penitenciária Central do Estado (PCE) por suposto envolvimento com o Comando Vermelho na condição de laranja, emprestando duas empresas que estavam em seu nome para a facção. A decisão foi expedida na última sexta-feira (29) pelo juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá.

Na decisão, a defesa do ex-jogador argumenta pela soltura dele dizendo que não há provas contundentes que mostrem seu envolvimento com o Comando Vermelho. Além disso, a defesa diz que João tem bons antecedentes e duas filhas menores de idade. A defesa ainda busca argumentar que a empresa, em tese, utilizada para lavar o dinheiro do Comando Vermelho é diferente da empresa do jogador.

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No entendimento do juiz, João tem fortes indícios de ligação com a facção, frequentando a residência de familiares de outros membros do Comando Vermelho. John Lennon ainda possui duas empresas, uma delas usada também por outro faccionado para a realização de shows financiados pela facção.

“De acordo com a análise, ainda, grande parte dos valores estaria vinculada a depósitos fracionados em espécie, além de transferências de menor valor, indicando o possível intento de dissimular quantias obtidas através de atividades ilícitas”, diz trecho da decisão.

“Assim, apesar do esforço argumentativo da defesa, a juntada de fotos e vídeos acerca do funcionamento da empresa de JOÃO LENNON, por si só, não é suficiente para afastar os fortes indícios de seu uso para a lavagem de dinheiro, assim como do vínculo deste com os demais denunciados”, completa o juiz.

A ligação de João ainda é mais antiga, já que em 2021 o réu foi abordado no Rio de Janeiro com uma caminhonete em nome de outro alvo da operação e corréu de João, Willian Aparecido da Costa Pereira, conhecido como “Gordão”.

“Desse modo, verifica-se que a materialidade dos delitos e os indícios suficientes de autoria dos denunciados foram demonstrados pelos documentos carreados aos autos, os quais indicam que os increpados, no interesse da Organização Criminosa Comando Vermelho ou de suas lideranças, ocultaram ou dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal”, diz o Juíz.

PRESO NO AEROPORTO

John Lennon foi preso durante a Operação Ragnatella, deflagrada no mês de junho e que apura um esquema envolvendo casas de shows que estavam sendo financiadas pelo Comando Vermelho.

Na época da operação, John Lennon foi preso em um aeroporto do Rio de Janeiro na companhia de um homem apontado como liderança da facção criminosa.

João ainda estava com um documento falso e já estava com o mandado de prisão aberto no momento que tentava fugir do Rio de Janeiro.

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