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Cidades Segunda-feira, 24 de Junho de 2024, 17:02 - A | A

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VENDA DE POLOS

Audiência "escancara" desmonte da Empaer e venda de patrimônios

Thiago Portes

Repórter | Estadão Mato Grosso

Fernanda Leite

Repórter | Estadão Mato Grosso

Após denúncias de desmonte da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), uma audiência pública foi realizada nesta segunda-feira, 24 de junho, na Assembleia Legislativa (ALMT) para impedir a venda de polos de pesquisa da empresa no estado.

As ações foram votadas e aprovadas pelo Conselho Deliberativo da Empaer em reunião realizada no dia 5 de junho. Segundo os trabalhadores, o desmonte tem sido aprovado como uma “promessa enganosa de reestruturação”, sob o pretexto de que o governo fará uma injeção de recursos na empresa pública. O medo é que, com o fim das pesquisas, o trabalho dos pequenos produtores será afetado.

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O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Assistência e Extensão Rural do Estado de Mato Grosso (Sinterp-MT) Gilmar Antônio Brunetto, o Gauchinho, falou com a imprensa e disse que requereu a audiência para revogar a venda de diversos centro de pesquisas da Empaer no estado. Ele classificou a venda do patrimônio como "facada nas costas" da agricultura familiar.

“Nós queremos que a Assembleia revogue isso tudo. Isso é uma faca nas costas da agricultura familiar. Se o Estado não quer que a Empaer faça pesquisa, quem que vai fazer? A agricultura nunca esteve em uma situação caótica igual agora[...] você desmontar patrimônio para pesquisa é o que? Reestruturar? Vão pesquisar aonde? No asfalto? Nas salas de aula? Os centros de pesquisa vão ser desativados e vai ficar um pedacinho em Sinop e Tangará da Serra” disse Gauchinho.

Atualmente a Empaer tem 105 campos de pesquisa em Mato Grosso, dos quais cinco estão no radar para venda, justamente o que os servidores tentam impedir.

Gauchinho afirmou que o "desmonte" também terá prejuízo climático, já que Sinop é uma das cidades que mais desmata. A presença da Empaer impede a degradação ambiental.

Os centros de pesquisa que o Estado pretender vender são

• Parte do polo de pesquisa de Sinop
• Parte do centro de pesquisa de Tangará da Serra
• Venda total do centro de pesquisa da Tangará da Serra
• Desativação total do centro de pesquisas de Cáceres
• Desativação total do laboratório de Várzea Grande

Com a venda dos polos de pesquisa, o Estado irá arrecadar R$ 49 milhões, cujo montante ele alega que será investido na Empear.

O valor está bem distante do atualmente investido pelo Estado na autarquia, segundo Gauchinho. À imprensa, ele afirma que, nos últimos quatro anos, o Governo gastou R$ 336 mil em pesquisas, valor que ele classifica como insuficiente para produção de resultados.

Outro lado

O presidente da Empaer, Suelme Fernandes Evangelista, afirmou que a empresa tem uma estrutura antiga há 20 anos e que existe a necessidade de modernidade do órgão com uma estrutura de gestão "mais eficiente e mais leve". Ele negou que as mudanças sejam para prejudicar a agricultura familiar.

“Nunca foi anunciado da nossa parte nenhum fechamento de polo, nenhum fechamento de escritório... não existe nenhuma intenção do governo nesse sentido. O que há é muito boatos sobre as ações e mudanças que a Empaer vai sofrer nos próximos anos que é muito bom para sociedade mato-grossense nos próximos anos [...] todas as mudanças que foram feitas até agora foram no sentido de melhorar os serviços” disse Suelme.

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