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Brasil Quinta-feira, 20 de Junho de 2024, 13:59 - A | A

Quinta-feira, 20 de Junho de 2024, 13h:59 - A | A

TAXA EM 10,50%

'Uma pena, quem está perdendo é o Brasil', diz Lula sobre taxa de juros

G1

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira, 20 de junho, que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central foi "uma pena" e chamou o presidente da entidade, Roberto Campos Neto, de " esse rapaz".

A declaração foi dada à rádio Verdinha de Fortaleza, no Ceará. Essa é a segunda entrevista seguida do presidente, nesta semana, em que ele critica o BC e a postura de Campos Neto.

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Mesmo diante da pressão do presidente, em reunião nesta quarta (19), o Copom decidiu manter a taxa Selic em 10,50% ao ano — interrompendo o ciclo de cortes. A decisão foi unânime.

 “O presidente da República nunca se mete nas decisões do Copom e do Banco Central. O [Henrique] Meirelles tinha autonomia comigo tanto quanto tem esse rapaz de hoje”, disse, que voltou a questionar a mudança na lei feita no governo de Jair Bolsonaro (2019-2022) que tornou o BC autônomo em relação ao governo federal.

 “Foi uma pena que o Copom manteve [a taxa Selic], porque quem está perdendo com isso é o Brasil, é o povo brasileiro. Quanto mais a gente pagar de juros, menos dinheiro a gente tem para investir aqui dentro. ser tratado como gasto", completou.

Lula também destacou o investimento do governo nas universidades e detalha a greve, que já dura três meses.

"Se tem um assunto que gosto de discutir é greve porque eu nasci na greve. Acho que todo e qualquer movimento de trabalhadores tem o direito de fazer greve, de reivindicar. O que as pessoas não podem esquecer é o que já foi feito, o que foi oferecido", disse Lula.

As paralisações nas universidades federais ocorreram em março , pelos técnicos administrativos. Em abril, os professores também pararam. Professores e técnicos cobram reestruturação de carreira, recomposição de programação e orçamento da educação.

"Oferecemos em média entre 28% e 43% de equilíbrio das pessoas. Fizemos muitos benefícios. Apresentamos um pacote e demos 9% antecipado ano passado. Eu, às vezes, fico triste porque ninguém agradeceu pelos 9% e estão fazendo uma greve dizendo que é por 4,5%, que nós não demos nada esse ano. Se a gente não deu porque a gente não pode dar, isso não significa que a gente não possa nos anos seguintes dar mais do que os 4,5%", prosseguiu. ó presidente.

Lula reafirmou que há espaço para conversa e negociação no governo.

Críticas a Campos Neto

Na terça (18) — antes da reunião do BC conseguiu a manutenção da taxa Selic em 10,50% — Lula concedeu uma entrevista à rádio CBN, em que argumentou que a taxa de juros estava desajustada e que o presidente do BC não demonstrou autonomia .

Na ocasião, ele afirmou: “Nós só temos uma coisa desajustada no Brasil nesse instante: é o comportamento do Banco Central.”

"Essa é uma coisa desajustada. Um presidente do Banco Central que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem o lado político e que, na minha opinião, trabalha muito mais para capacitar o país do que para ajudar o país. Porque não tem explicação a taxa de juros do jeito que está", completou o presidente.

A decisão do BC foi unânime. Os quatro indicados por Lula no BC também votaram pela interrupção da queda dos juros.

Eleições municipais
Durante entrevista à rádio Verdinha do Ceará, Lula afirmou que pretende fazer campanha para candidatos na eleição municipal deste ano nos locais com adversário "negacionista", mas "com muito cuidado" para não ser interrogado e treinar a base de apoio do governo no Congresso .

"Eu tenho que levar em conta se nas cidades esses partidos que me apoiam estão disputando, eu tenho que levar em conta quem são os adversários. E, aí, naquele que o adversário para adversário ideológico, oponente negacionista, você pode ter certeza de que eu vou fazer campanha", declarou.

Sem citar o nome de Jair Bolsonaro (PL), Lula também voltou a afirmar que, em 2026, poderá disputar a reeleição para evitar a vitória de um candidato que ele considera negacionista , indicado ao ex-presidente.

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