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Opinião Terça-feira, 03 de Setembro de 2024, 08:51 - A | A

Terça-feira, 03 de Setembro de 2024, 08h:51 - A | A

WILLER ZAGHETTO

Amarelo: mais do que uma cor, uma esperança

Willer Zaghetto*

Este mês é dedicado à prevenção ao suicídio e claro, uma oportunidade para que possamos refletir e por em prática as ações de reconhecimento e enfrentamento dos problemas relacionados à essa tragédia. Por isso, nesse mês os artigos deste signatário serão dedicados à temática.

Uma morte a cada 40 segundos! Apesar dos esforços, pouco mudou desde o relatório - Suicide worldwide in 2019 - da Organização mundial de Saúde - OMS. O autoextermínio, ainda é responsável por ocasionar mais mortes do que a Diabetes ou o HIV. Desses, quase 80% dos são do sexo masculino, sendo que 90% tem algum agravo à saúde mental, no qual a depressão foi relacionada com até 50% dos casos. Ainda são fatores de risco tentativa prévia, o divórcio, dificuldade financeira, violência, discriminação, dentre outros.

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Diferentemente do que acredita o ignorante, o suicídio não é uma simples escolha, mas um grito silencioso por socorro. Um fenômeno complexo e multicausal. Aquele que têm ideação suicida, na verdade não quer morrer, mas sim acabar com a dor. Por detrás das estatísticas, há uma história de sofrimento e angústia, que muitas vezes, se manifesta de forma invisível aos olhos de quem lhe cerca.

Os sinais de alerta são a intensificação do abuso de álcool ou outras drogas, comentários desesperançosos, pensamentos dicotômicos (tudo ou nada), planejamento de um modo de retirar a própria vida, etc. Nesses casos é necessário realizar avaliação profissional, se possível um psiquiatra, pois aqueles classificados como alto risco estão em situação de emergência médica.

É preciso quebrar o tabu e falar abertamente sobre o suicídio, desmistificar o tema e entender que pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas de coragem. Fortalecer os vínculos familiares, buscar suporte para a resolução das causas do sofrimento emocional, dificultar o acesso aos meios de suicídio, como armas de fogo, medicações ou substâncias. Nessa direção, o setembro amarelo é mais que mera simbologia de uma cor, representa um chamado urgente para que o silêncio seja quebrado.

WILLER ZAGHETTO é médico formado pela UFMT e atua como perito oficial médico legista

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