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Brasil Terça-feira, 22 de Agosto de 2023, 09:54 - A | A

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"CLUBE FECHADO"

Lula defende abertura do Brics para novos integrantes e cobra critérios de seleção

Presidente está na África do Sul para participar da cúpula de líderes

g1

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu na manhã desta terça-feira (22), em transmissão na internet, o fortalecimento do Banco dos Brics para fomentar investimentos. Também disse ser favorável à entrada de mais países no grupo, e que o bloco não pode ser um "clube fechado".

Lula está na África do Sul, para participar da cúpula de líderes do Brics — bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

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As declarações foram feitas durante uma nova edição do "Conversa com o Presidente", programa realizado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e transmitido pelas redes sociais.

O presidente disse que é favorável à entrada de "vários países" no Brics, desde que tenham "grau de compromisso" com o bloco. Lula citou que sabe que os demais países do bloco querem a entrada de outros integrantes, mas que é preciso definir critérios para aceitar novos membros.

"O Brics não pode ser um clube fechado", disse.

Lula citou nominalmente a Argentina como país a entrar no grupo. "É muito importante a Argentina estar nos Brics. O Brasil não pode fazer política de desenvolvimento industrial sem lembrar que a Argentina tem que crescer junto."

O petista também defendeu o fortalecimento do Banco dos Brics para garantir financiamentos mais favoráveis aos países integrantes.

"A gente quer criar um banco muito forte, que seja maior do que o FMI, mas que tenha outros critérios de emprestar dinheiro para os países, não se sufocar, mas de emprestar na perspectiva de que o país vai criar condições de investir o dinheiro, se desenvolver e pagar, sem que o pagamento atrofie as finanças", afirmou.

Relação com a África
Lula também comentou a relação do Brasil com os países africanos, e disse que a África é o "continente do futuro".

O presidente defendeu uma discussão sobre a dívida externa dos países africanos, e afirmou que é preciso "dar um paradeiro" na dívida, para transformá-la em capacidade de investimento.

"Essa é uma discussão que eu acho que a gente tem que fazer em algum momento e em alguma instância de que é preciso a gente dar um paradeiro nesta dívida e transformar essa dívida numa coisa de investimento para os países poderem sair dessa encalacrada", afirmou.

O petista afirmou que o "mundo rico" precisa dar a oportunidade da África se desenvolver. Segundo o presidente, os países africanos, em razão da dívida, não conseguem pegar empréstimos para realizar investimentos.

"Estou devendo e não posso pagar. Vou pegar esse dinheiro e, ao invés de pagar, eu vou investir em alguma coisa que me gere possibilidade de pagar no futuro", disse Lula.

Moeda comum
Lula também voltou a defender a criação de uma moeda comum para transações entre os países participantes do bloco e do Mercosul, em substituição ao dólar.

"Pra vender para o Brasil, não deveria precisar de dólar", disse, ao comentar sobre a Argentina. "É possível a gente ajudar a Argentina tendo como moeda o yuan."

Viagem à África do Sul
O presidente chegou a Joanesburgo, capital da África do Sul, nesta segunda (21). A cidade será a sede do 15º encontro de chefes de Estado do bloco.

Além de Lula, estarão presentes à cúpula os presidentes Cyril Ramaphosa (África do Sul) e Xi Jinping (China), e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, participará de forma remota. O chanceler russo, Sergei Lavrov, estará presente.

A transmissão foi o primeiro compromisso de Lula no dia. Nesta terça, os líderes participarão de um fórum empresarial. Na sequência, há previsão de um retiro, evento que reúne somente chefes de Estado e governo e ministros das Relações Exteriores.

Além da agenda prevista às lideranças do Brics, neste primeiro dia de encontro, Lula terá como compromissos:

encontro com representantes do Congresso Nacional Africano (ANC)
diálogo do Fórum Empresarial do Brics
reunião no Retiro dos Líderes do Brics
e jantar de boas-vindas aos líderes do BRICS oferecido pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa

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