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Saúde e Bem Estar Segunda-feira, 18 de Novembro de 2024, 07:08 - A | A

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CONFIRA

Especialista afirma que amamentação após o câncer é possível; histórias inspiram superação

Rafaela Maximiano | Assessoria de Imprensa

A vida da empresária Priscila Neres, de 39 anos e moradora de Chapada dos Guimarães, mudou radicalmente em 2013, quando, aos 29 anos, percebeu um caroço no seio esquerdo. Durante as festividades de fim de ano, o sinal passou despercebido, mas, em maio de 2014, incentivada por sua esteticista, Priscila procurou atendimento médico. O diagnóstico foi impactante: câncer de mama em estágio avançado. Ela lembra emocionada: “Após o diagnóstico positivo do câncer de mama, o médico me disse: ‘O seu primeiro tratamento será tirar da sua vida tudo que não te faz feliz’. Isso me fez refletir sobre meu casamento de 11 anos e meu emprego, onde eu não era feliz.” Esse foi um momento de ruptura, mas também de renascimento para Priscila, que encontrou forças para recomeçar.

Priscila enfrentou quimioterapia, perdeu o cabelo e precisou realizar a mastectomia total de um dos seios, mas o tratamento teve êxito, e ela pôde fazer a reconstrução mamária – um direito garantido, inclusive pelo SUS, por não ser considerada uma cirurgia estética. Após sua recuperação, conheceu o atual marido, com quem está casada há quatro anos. Aos 36 anos, engravidou de seu primeiro filho, João, e, para sua surpresa, conseguiu amamentá-lo. “Eu achei que não poderia engravidar, quanto mais amamentar. Mas quando meu filho nasceu, a enfermeira insistiu para eu tentar. Foi instantâneo e emocionante poder ser mãe e dar de mamar”, relembra. Hoje, João tem 2 anos e 4 meses, e é uma criança saudável, símbolo de sua vitória contra o câncer.

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A história de Patrícia Rodrigues da Silva, 40 anos, assistida pelo MT Mamma em Cuiabá, também emociona. Aos 31 anos, ela sentiu um nódulo abaixo da axila e, após consulta médica e exames, foi diagnosticada com câncer de mama. Seu tratamento incluiu a retirada de parte do seio, mas ela adiou a reconstrução mamária. Após a cura, Patrícia ficou grávida e em 2023 após ser mãe, e, apesar de suas dúvidas, conseguiu amamentar sua filha, que hoje tem 1 ano e 8 meses. A amamentação tornou-se um momento de cura emocional para Patrícia, que, assim como Priscila, venceu o câncer e experimentou o milagre da maternidade após a doença.

Wilson Garcia, especialista em mastologia e reconstrução mamária, destaca a importância do diagnóstico precoce. “A mamografia, disponível pelo SUS, em planos de saúde e redes privadas, é essencial. O diagnóstico precoce, que detecta lesões menores que um grão de arroz, aumenta as chances de cura para até 95%. Já em estágios avançados, essa chance cai drasticamente para apenas 5%”.

Ele também esclarece que a reconstrução mamária não é um procedimento estético, mas reparador. “O objetivo é reparar os danos causados pelo câncer, restaurando a aparência das mamas e contribuindo para a autoestima da mulher. É um direito garantido, inclusive pelo SUS, para que as mamas fiquem harmoniosas. Mesmo anos após a cura, a lei assegura esse direito”. O especialista pontua que, hoje, as cirurgias são menos invasivas e preservam mais tecidos, facilitando a recuperação das pacientes.

Além disso, Wilson reforça que mulheres que tiveram câncer de mama podem, sim, amamentar após o tratamento, contrariando o que muitos imaginam. Ele explica que a amamentação traz inúmeros benefícios tanto para a saúde da mãe quanto do bebê, e também pode reduzir o risco de recorrência do câncer.

Wilson também alerta para a importância de um estilo de vida saudável na prevenção de todos os tipos de câncer. “Cerca de 30% dos casos podem ser evitados com hábitos saudáveis, como uma alimentação balanceada e natural, prática regular de exercícios físicos e controle do consumo de álcool e cigarro. Uma dieta rica em alimentos processados aumenta o risco de câncer, e priorizar carnes brancas e evitar o sobrepeso são cuidados recomendados”.

O câncer de mama, que lidera as estatísticas entre mulheres no mundo todo, é seguido pelo câncer de colo de útero, câncer de intestino grosso (cólon e reto) e o câncer de pele. Para mulheres com histórico familiar da doença, o especialista recomenda um acompanhamento ainda mais rigoroso e exames genéticos. “Apenas de 5% a 10% dos casos de câncer são genéticos, mas o rastreamento regular e frequente é essencial para quem tem histórico familiar, pois esse grupo está em maior risco,” explica.

As histórias de Priscila e Patrícia mostram que a vida pode renascer mesmo após o câncer e que a maternidade e a amamentação são possíveis, oferecendo esperança para outras mulheres que passam pelo mesmo desafio. A vitória dessas mulheres exemplifica o poder da resiliência e a importância do acesso a tratamentos completos e inclusivos.

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