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Política Terça-feira, 30 de Janeiro de 2024, 13:31 - A | A

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FACTOIDE NA SEGURANÇA

VÍDEO: Mauro critica debate sobre câmeras nas fardas: "não resolve nada, só desvia o foco"

Segundo o governador, é preciso endurecer a legislação brasileira para combater o crime

Gabriel Soares

Editor-Chefe | Estadão Mato Grosso

O governador Mauro Mendes (União) criticou a discussão sobre instalação de câmeras nas fardas dos policiais. Em entrevista em rede nacional nesta segunda-feira, 29 de janeiro, Mauro afirmou que essa iniciativa é um ‘factoide’ e apenas desvia o foco da discussão sobre o real problema da segurança pública, que, segundo ele, é a falta de efetividade da legislação brasileira.

"Essa discussão não resolve nada, só desvia o foco. O problema da Segurança não está em câmera ou não na farda. Isso é um factoide pra chamar a atenção e não resolver aquilo que precisa ser resolvido", afirmou o governador, em entrevista à Jovem Pan News.

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A instalação de câmeras nas fardas dos policiais tem ocorrido em alguns estados brasileiros, especialmente Rio de Janeiro e São Paulo, como forma de reduzir a letalidade da ação policial. Em Mato Grosso, esse debate tem sido encabeçado pelo deputado Wilson Santos (PSD), que já propôs dois projetos de lei para instalação de câmeras, dos quais um foi rejeitado em plenário e o outro está engavetado na Assembleia Legislativa.

 

 
 
 
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Para Mauro, o problema é a legislação brasileira, que não pune efetivamente o crime. Para dar exemplo, o governador citou o caso de um traficante preso em Mato Grosso com 300 quilos de maconha, que teria sido solto no dia seguinte, durante audiência de custódia. Ele voltou a defender punições mais duras, como aumento do tempo de prisão, para combater o crime.

“O bandido perdeu o respeito, perdeu o medo da polícia, perdeu o medo da Justiça”, resumiu.

"Nós temos que desestruturar as cadeias de crime no Brasil. Há milhões de pessoas roubando celular. Agora, deveriam prender e colocar 40, 50 anos na cadeia aquele que recepta produto roubado. Se o cara que rouba não tiver pra quem vender, pra quê vai roubar? Então isso seria desmantelar o crime por dentro”, afirmou.

O governador ainda citou dados que mostram que a criminalidade no Brasil está fora de controle, principalmente os casos de mortes violentas. Para ele, esses dados mostram que as leis e políticas públicas brasileiras não têm funcionado para combater o crime.

"Olha como está a violência no país, gente, pelo amor de Deus. No Brasil, nos últimos 40 anos, todos os indicadores de segurança pública no Brasil pioraram. Em 1980, nós tínhamos 11 assassinatos por um conjunto de cada 100 mil habitantes. Tá em 22, 100% de aumento em 40 anos. 25% dos roubos de celulares no mundo acontecem no Brasil. Nós temos 10% dos assassinatos do mundo e temos 2% da população mundial”, detalhou.

Por fim, o governador citou como exemplo de legislação mais rígida o aumento da multa para dirigir embriagado. Mauro afirma que, como a multa chega a quase R$ 3 mil, conseguiu forçar uma mudança de cultura, reduzindo as ocorrências deste tipo.

"Se beber e dirigir, a multa é alta, tem que pagar fiança, apreende o carro. E isso tem mudado a cultura. Muita gente usa Uber, ou combina com alguém que não vai beber pra levar de volta, porque sabe que o risco é alto. Porque a lei foi inteligente e capaz de normatizar um padrão de comportamento na sociedade", concluiu.

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