O vice-líder do governo na Assembleia, deputado Beto Dois a Um (PSB), rebateu as declarações da oposição de que o governador Mauro Mendes (União) teria agido politicamente para que a intervenção fosse decretada na Secretária de Saúde de Cuiabá.
Segundo o parlamentar, o processo foi decretado pela Justiça após inúmeras irregularidades que foram apontadas pelo Ministério Público e devido à má gestão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Ele destacou que a ação judicial não levou em conta as operações que foram deflagradas na pasta e o afastamento de ex-secretários.
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Ele ainda acrescentou que o governador não tem interesse em segurar a “bucha” e que está apenas cumprindo uma decisão judicial.
“Eu acho que nós não temos que trabalhar politicamente. Essa decisão, não é uma decisão política, não é a vontade do governador Mauro Mendes ou do Governo do Estado segurar uma bucha desta. A intervenção aconteceu porque o município de Cuiabá, a saúde de Cuiabá, é um grande problema. O governador, eu tenho a convicção, não tem o menor desejo [de assumir a pasta], ele simplesmente está cumprindo uma decisão do Tribunal de Justiça”, disse no plenário da Assembleia.
A fala do vice-líder foi para rebater o discurso feito pelo deputado Valdir Barranco (PT), um dos que votaram contra a medida, que declarou que esse processo foi politizado pelo governador que ainda não aceita a derrota que teve na eleição de 2020, na qual seu adversário político, o prefeito Emanuel Pinheiro, derrotou seu aliado, o atual deputado federal Abílio Brunini (PL) e foi reeleito.
“Isso contaminou todo esse processo. […] Todos sabem, todos nós, se ligarmos o rádio pela manhã ouvimos a população dizer que há sim uma participação direta e política do governador nesse processo. Então, a questão aqui é política desde o início foi política, o governador que botar a mão na saúde e quero dizer que não dá conta, a Santa Casa que ele pegou para si, a Comissão de Saúde foi lá e não está tanto conta, todos os dias morrem pessoas na fila”, disse.
Valdir Barranco é um dos poucos apoiadores de Emanuel Pinheiro dentro do Partido dos Trabalhadores. Até esta quarta-feira, 15, sua esposa Rosângela Barranco, era comissionada na Saúde do Município de Cuiabá. Ela foi exonerada pela interventora nomeada pelo governador Mauro Mendes, a enfermeira Danielle Carmona Bertucini.
As demais lideranças do PT caminham em direção contrária ao de Barranco. Seu colega de Parlamento, Lúdio Cabral, foi um dos parlamentares a votar favoravelmente à intervenção, mesmo sendo oposição ao governador Mauro Mendes. Já no Legislativo Municipal, a vereadora Edna Sampaio apresentou requerimento para instalação de uma comissão processante contra o prefeito, por suposto calote em emendas parlamentares. O processo, se acolhido, pode culminar na cassação de Emanuel.
PROJETO
Na quarta-feira, 15 de março, por 20 votos a dois, os deputados aprovaram o decreto de intervenção do Estado na Saúde pública de Cuiabá. Além disso, formaram uma comissão externa, que será liderada pelo ex-aliado do prefeito, deputado Paulo Araújo (PP), para acompanhar os trabalhos que serão feitos pela equipe interventora.
