O presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), conselheiro Sérgio Ricardo, classificou como "excelente" o acordo firmado entre os Governos de Mato Grosso e da Bahia para venda dos vagões do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), no valor de R$ 793,7 milhões. As negociações chegaram ao fim na última quarta-feira, 19 de junho.
“Trabalhamos em conjunto. O Tribunal de Contas acompanhou todas as negociações até o final e deu parecer favorável ao Governo do Estado para a venda. Não havia outro caminho, o Governo do Estado fez muito bem, esses vagões iriam apodrecer um dia. Entendo que a história dos vagões do VLT terminou muitíssimo bem para Mato Grosso”, salientou.
- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)
- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)
Conforme Sérgio Ricardo, o papel do TCE foi analisar todos os procedimentos adotados pelo Executivo estadual no processo de venda dos vagões, para garantir que não houvesse prejuízo aos cofres públicos. O conselheiro destacou ainda que a tendência era de desvalorização ainda maior dos vagões, mesmo sem uso.
“Coube ao Governo declarar o valor considerando tudo que já tinha sido pago, para que não houvesse prejuízos e que se desse uma solução em definitivo para essa mercadoria. O Governo do Estado colocou um preço excelente, foi possível vender sem prejuízos e eliminar um grande problema de ter um produto se desgastando, pagando aluguel para guardar uma mercadoria que vai valer cada vez menos. Foi feito o melhor.”
Pelo acordo, a primeira parcela será paga até 31 de dezembro deste ano e as demais na mesma data de cada ano, até 2027. Os vagões do VLT estavam armazenados em Várzea Grande há 10 anos, sem jamais terem circulado pela Região Metropolitana.
A obra do VLT foi projetada para a Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil, e previa 22 quilômetros de extensão entre Cuiabá e Várzea Grande. No entanto, o processo foi marcado por escândalos de corrupção e a obra nunca saiu do papel, apesar de ter consumido mais de R$ 1 bilhão dos cofres públicos.
Em 2020, o Governo do Estado decidiu trocar o VLT pelo BRT (Ônibus de Trânsito Rápido, na sigla em inglês) e deu início à implantação em 2022.
Segundo o Governo, o montante pago pelos vagões do VLT é suficiente para concluir as obras do BRT e comprar os ônibus elétricos que serão utilizados no novo modal.