O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (União), disse que a polícia deve agir de forma “mais dura” para desobstruir pontos das rodovias do estado que foram bloqueados por eleitores que não aceitam o resultado do segundo turno das eleições, em que Lula (PT) foi eleito.
Segundo Botelho, a atuação ostensiva foi definida na quarta-feira, 2 de novembro, durante uma reunião entre chefes dos Poderes com o governador Mauro Mendes (União).
- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)
- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)
“Muitas pessoas estavam ainda num momento…, na verdade, num momento de festa, tinham lugares que estavam fazendo churrasco, que estavam junto com a manifestação havia churrasco, havia tendas, então isso até aceitável, mas que a partir de hoje a polícia iria agir muito dura, principalmente sobre todos os bloqueios, isso já estava definido”, disse à imprensa.
As manifestações começaram na noite domingo, 30 de outubro, após a divulgação da vitória de Lula. Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) não gostaram do resultado, alegando fraude, e passaram a defender um golpe de Estado.
O movimento começou a dispersar na quarta-feira, três dias após início dos atos, após Bolsonaro pedir em pronunciamento para que os manifestantes parem de bloquear as vias.
Botelho disse que o protesto não é constitucional, pois estava impedindo a população de ir e vir.
“Isso não tem aprovação de ninguém. O presidente disse na primeira fala dele que não é algo que é previsto na Constituição, então esses bloqueios são totalmente ilegais. Agora, protesto faz parte do jogo democrático, você protestar, você se manifestar contra, não achando bom o resultado, você pode, mas você não pode extrapolar o seu direito e tolher o direito das pessoas de ir e vir”, comentou.
Ele ainda criticou o pedido de golpe militar, feito pelos manifestantes. Botelho relembrou ter lutado contra o regime nos anos de 1970 e destacou que quem faz o pedido está “fora da realidade”.
“Sou totalmente contrário, isso não está previsto na Constituição, é totalmente ilegal, eu particularmente, que participei da primeira greve que teve na Universidade Federal de Mato Grosso, em 78 contra o regime militar, sei o que é uma ditadura, ninguém quer isso mais, todo mundo viu que isso não é legal, não é bom, não é constitucional, então, quem está pedindo isso, está fora da realidade”, ressaltou.