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Política Domingo, 02 de Fevereiro de 2025, 12:16 - A | A

Domingo, 02 de Fevereiro de 2025, 12h:16 - A | A

GUERRA

"Não é justo o médico da UPA atender 60 pacientes enquanto o outro atende 10”, diz Abilio

Thiago Portes

Repórter | Estadão Mato Grosso

Fernanda Leite

Repórter | Estadão Mato Grosso

O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), falou que é injusto médicos das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) atenderem cerca de 60 pacientes por dia, enquanto profissionais de Unidades Básicas de Saúde (UBSs) atendem cerca de 10. Ele também citou a disparidade do valor do salário e benefícios entre os profissionais da saúde. As afirmações foram feiras na última quarta-feira, 29 de janeiro.

“A maioria das Unidades Básicas de Saúde estão vazias, enquanto as UPAs estão lotadas. Não é uma guerra contra os médicos, isso é importante deixar claro. Mas entenda bem, é justo um médico da UPA atender 60, 70 pacientes de classificação verde, enquanto o médico da Unidade Básica de Saúde atende uma média de 7 a 8 pacientes? Não é justo! Não é justo para o profissional que está lá na UPA sofrendo, enquanto o profissional UBS tem uma realidade diferente”, disse.

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Abilio e os profissionais da Saúde vivem uma tensão nos últimos dias. Isso porque, por meio de decreto, o prefeito suspendeu os agendamentos e priorização de demandas espontâneas nas UBSs descaracterizando o Programa Saúde da Família (PSF), o que o Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) classificou como prejudicial aos pacientes crônicos.

Em meio aos dissabores, o prefeito falou sobre a disparidade de quem atende nas UPAs e UBSs.

“Sem falar que quem trabalha na UBS ganha mais. Porque ele ganha o salário, mais a gratificação, mais o prêmio saúde, mais a insalubridade da UBA. Só para você ter noção, tem médico que recebe R$ 6 mil de gratificação. Enquanto o médico da UPA vai ganhar apenas o prêmio saúde, não vem a gratificação e se ele for de empresa de terceirizada vai ganhar menos ainda, porque ele ganha R$ 700 o plantão, enquanto ele direto da prefeitura vai ganhar de R$ 800 a R$ 1.000 de prêmio saúde. Não é justo essa disparidade”, falou.

O prefeito falou que vai manter os atendimentos demanda espontânea, que seria os casos de dengue e chikungunya, numa tentativa de tirar a sobrecarga das UPAs.

“Não tem confronto nenhum nem com o CRM, nem com o sindicato... qualquer pessoa que veja a UPA lotada como a gente vê a Unidade Básica de Saúde vazia, qualquer pessoa sente constrangimento sobre isso. Vou manter a recomendação porque ela é legal, o Ministério da Saúde preconiza isso. A UBS tem que atender demanda espontânea”, disse.

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