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Política Quarta-feira, 03 de Abril de 2024, 18:09 - A | A

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TÊTE-À-TÊTE

Mauro desafia Macron pela Ferrogrão: "se é ruim para ele, é bom para o Brasil"

Segundo o governador, franceses agem com objetivos econômicos

Gabriel Soares

Editor-Chefe | Estadão Mato Grosso

Fernanda Leite

Repórter | Estadão Mato Grosso

O governador Mauro Mendes (União) criticou a interferência do presidente da França, Emmanuel Macron, em temas sensíveis ao agronegócio brasileiro, especialmente quanto à construção da Ferrogrão entre Mato Grosso e o Pará. Em conversa com jornalistas nesta quarta-feira, 3 de abril, ele ainda desafiou Macron a demonstrar tecnicamente que a ferrovia não é viável e sustentável. 

Segundo Mauro, o governo francês age com objetivos econômicos, visando impedir o desenvolvimento do agronegócio brasileiro para preservar o mercado dos agricultores franceses. Ele ressaltou que França e Alemanha têm, juntas, o mesmo tamanho que Mato Grosso, mas possuem uma malha ferroviária muito maior.

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“Vamos falar honestamente aqui, a França e a Alemanha, juntas, têm o mesmo tamanho que o estado de Mato Grosso, 900 mil quilômetros quadrados. A França e a Alemanha, juntas, têm 70 mil quilômetros de ferrovia. Nós em Mato Grosso, com o mesmo tamanho da Alemanha e da França juntas, nós temos pouco mais de 200 quilômetros de ferrovia e queremos construir aí mais mil quilômetros até os portos de Miritituba”, argumentou.

“Vem o senhor Macron dizer, aqui no Brasil, que ele é contra? Se é ruim para o Macron, pode ter certeza que é bom para o Brasil e para o agronegócio brasileiro”, completou.

O governador ainda desafiou o presidente francês a debater tecnicamente o projeto da Ferrogrão. Segundo o governador, não existem argumentos para contradizer a sustentabilidade da ferrovia, que deve retirar milhares de caminhões das estradas e transportar mais carga com menor emissão de carbono.

“Vamos ver se eles têm argumento para demonstrar que essa ferrovia não é sustentavelmente, ecologicamente viável”, desafiou.

Na avaliação de Mauro, a França tem necessidade de combater a expansão do agronegócio brasileiro porque é extremamente dependente tanto do mercado europeu quanto dos subsídios que são pagos pela União Europeia aos agricultores franceses. Segundo levantamento da CNN, os agricultores franceses receberam cerca de R$ 262 bilhões em pagamentos da União Europeia entre 2015 e 2021, o que representa aproximadamente 18% do total gasto por todo o bloco em subsídios agrícolas.

"É uma agricultura ineficiente, que vive a base de subsídios. Nós, brasileiros, temos a agricultura uma das mais competitivas e eficientes do planeta. Como é que alguém que não tem eficiência compete com alguém tão produtivo como nós? Eles têm que barrar nosso crescimento [...] Eles não querem deixar que nós fiquemos mais eficientes, porque se não eles vão ter que aumentar mais subsídios lá na Europa", concluiu.

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