O deputado estadual Dr. João (MDB) esteve na última quarta-feira (16) na Escola Estadual Especializada Raio do Sol, em Cuiabá, para conhecer o cuidadoso trabalho que é desenvolvido na unidade, que possui 141 alunos especiais. A unidade se tornou referência em ensino e também projetos que hoje são referência com os estudantes e corria risco de ver todo o trabalho de cinco anos ser interrompido.
Isso porque diretores e coordenadores das unidades estavam para ser trocados para que houvesse uma “reoxigenação”. Porém, o problema é que não havia exigência de que os próximos servidores necessitassem de alguma especialidade com crianças que possuem deficiência.
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“Seria inadmissível a gente ver todo um trabalho, que é desenvolvido há anos, praticamente ser jogado fora com uma mudança dessas, sendo que os próximos que poderiam vir não precisavam ter uma especialização para tratar destes alunos. Me foi relatado, inclusive, que já teve diretor que nem colocava a cara para fora da sua sala. Não se envolvia e esses estudantes precisam de atenção a todo o tempo. A escola é especializada e o servidor que viria não precisaria ser? Seria incoerente”, destacou o deputado.
Sensibilizado com a situação, o secretário de Estado de Educação, Alan Porto, atendeu o pedido do deputado Dr. João. “Liguei para o secretário e ele foi de uma sensibilidade extrema, algo que faz parte da gestão do governador Mauro Mendes (União). Ele me garantiu que os profissionais não serão remanejados, devido a relevância dos serviços e da especificidade da escola, que precisa de um tratamento diferenciado”.
Adeildes Pereira Bastos, 62 anos, é mãe de Maria da Graça, que tem 43 anos e estuda há mais de 30 anos na escola. Ela defendeu que a atual equipe fosse mantida, para dar continuidade aos projetos da escola.
“Ao longo do tempo que ela [filha] participa e estuda na escola, desenvolveu muito psicologicamente, aprendizado, escrita, fala, comportamento. É extremamente importante que eles sejam mantidos. O trabalho que eles fizeram, se houver qualquer mudança, vai ser um impacto negativo muito grande. São profissionais muito bem preparados. Eles fizeram toda a mudança na escola. A paciência e todo o amor que eles têm é incrível”, destacou Adeildes.
Na Raio de Sol, 65% dos alunos não possuem uma comunicação verbal, mais um fator que mostra a importância de se ter alguém especialista em alunos com necessidades especiais.
Outro pedido que chegou ao deputado também foi a questão de um cardápio diferenciado para os estudantes. Isso porque alguns deles possuem dificuldade para engolir, o que impede o uso de alimentos comuns ao dia a dia.
“Alguns alunos possuem essa dificuldade e também há aqueles que têm alergia. As servidoras aqui da escola se desdobram e elas mesmas é que têm de fazer cardápios diferentes, inclusive usando o que produzem nas hortas as vezes. É algo que precisamos ter atenção. Tenho certeza que o secretário Alan Porto e o governador Mauro Mendes também vão olhar para este pedido com carinho”, pontuou Dr. João.
Durante a visita, o deputado aproveitou para visitar as instalações da escola e ver o trabalho desempenhado pelos quase 80 profissionais que lá atuam.
Um dos projetos é o da Horta Medicinal, que ficou entre os dez melhores de todo o estado. No ano passado, ele ficou em terceiro lugar na classificação geral e a primeira localizada no perímetro urbano.
Na horta, há o cultivo de plantas medicinais como hortelã, guaco, vick, orégano, menta, ora-pro-nobis, tomilho, manjericão e alecrim.
Segundo a coordenadora pedagógica e responsável pelo projeto, Valdite Heinzen, os estudantes estão presentes em todas as etapas e atividades desenvolvidas na horta, sejam elas na construção e preparação dos canteiros, seleção das espécies a serem cultivadas, plantio, cuidados com a horta e também na colheita.
“Trata-se de uma importante ferramenta metodológica para fomentar a articulação de saberes e aproximar a escola da comunidade. Para nós é motivo de muito orgulho esse reconhecimento do nosso trabalho na educação especial”, destacou.
Os professores auxiliam os estudantes no desenvolvimento e manutenção da horta e na supervisão dos trabalhos, elaborando estratégias que permitam trabalhar os conteúdos pedagógicos como sustentabilidade e meio ambiente. Inclui, também, formas de produção sem o uso de agrotóxico e as estratégias de produção permanente de plantas medicinais numa visão interdisciplinar.
