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Política Quarta-feira, 12 de Junho de 2024, 17:02 - A | A

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ESCÂNDALO DO ARROZ

"Criou-se um problema político e alguém paga a conta, mas não vou pagar ela", diz Neri

Fernanda Leite

Repórter | Estadão Mato Grosso

O ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, negou que tenha ligações com Robson França, dono de corretoras que intermediaram a venda de 44% do volume de arroz negociado em 116 mil toneladas. França foi seu assessor durante seu mandato na Câmara dos Deputados, entre 2019 e 2020.

O filho do ex-deputado, Marcelo Geller, aparece como cotista da empresa FG Business, em sociedade com França. Geller pediu exoneração do cargo nesta terça-feira (11).

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"Liguei para o Robson França, que é o proprietário da corretora, e perguntei, porque ele foi meu assessor até 2020 e prestou consultoria jurídica pelo meu partido na eleição de 2021 e de 2023. Ele me respondeu categoricamente, 'participei do leilão, não tive êxito com a sociedade com o seu filho e abri a minha corretora quando o seu filho declinou da sociedade e inclusive participei de vários leilões no ano passado. E ainda antes de você ser secretário'. Eu questionei ele, sobre o transtorno que tudo isso está me causando, e ele foi categórico, 'deputado, não sou mais pago por você, e estou exercendo a minha atividade normal, e o senhor sabe que tenho ume escritório de consultoria e que não tem nada de ilegal'. Eu repassei isso ao ministro da Agricultura Carlos Fávaro", disse, durante entrevista à Jovem Pan, nesta quarta-feira,12 de junho. 

Neri disse ainda que não seria justo ele deixar o cargo na Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, porque seria "inocente".

"Eu me coloquei à disposição para o Fávaro, para enfrentar esse assunto porque não tem nada de influência minha e nenhum aspecto e coloquei isso aos órgãos de controle que fiscalize, e se tem irregularidades que seja punidos. O leilão se politizou e essa corretora está legitimamente habilitada e já participou de outros leilões privados e público. E agora, o Neri é culpado? Quando o Fávaro disse que eu ia sair , eu disse que não é justo porque não devo e não tem porque eu pedir demissão", alegou ele.

Por fim, Neri diz que o processo conteve alguns erros internos, mas sem má-fé. O ex-deputado falou ainda que alguém vai pagar esta conta e não será ele: "Teve alguns erros internos que não teve nenhuma má-fé até onde acompanhei, nem pela Conab, aliás, fez o edital, que deveria e agora, criou-se um problema político, e neste problema alguém paga a conta e com certeza não é minha e eu não vou pagar ela", avisou.

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