O delegado titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Caio Albuquerque, esclareceu detalhes sobre a investigação do assassinato brutal de Emilly Azevedo Sena, de 16 anos. Grávida de nove meses, a jovem foi morta e teve o bebê arrancado de sua barriga. O crime ocorreu em uma residência no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá, nesta quarta-feira, 12 de março, mas o corpo só foi localizado um dia depois.
Caio explicou que a adolescente foi assassinada de forma brutal, possivelmente na manhã ou ao longo do dia de quarta, dentro da casa.
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“Tudo indica ali que ela foi acolhida dentro da casa, e o modo operando ali, um enforcamento, uma esganadura e também tem um estrangulamento que tinha aqueles cabos de internet que estava envolvido no pescoço. Depois colocou um saco plástico na cabeça, talvez como forma ali de sufocamento, então foi um ritual aí”, disse o delegado.
Após a morte, de forma bastante rápida foi realizado um parto forçado para retirada do bebê. O corpo de Emilly foi enterrado em uma cova rasa no quintal, onde parte das pernas ainda estavam visíveis. A recém-nascida sobreviveu e está sob cuidados médicos na maternidade local.
“Dentro da casa aos fundos, é uma casa simples e aos fundos tem um pequeno quintal e lá estava o corpo, amarrado nas pernas, os braços para trás. Então um caso gravíssimo, a menina está viva, e está no hospital, na maternidade local”, explicou.
Quatro suspeitos de envolvimento no assassinato estiveram sob custódia, mas três deles foram liberados a noite, permanecendo Nataly Helen Martins Pereira, que confessou o crime em depoimento e alegou ter agido sozinha.
“[...] informalmente ela confessa, pelo que eu percebi rapidamente, não cheguei a ponto de ver se ela fala sobre outros envolvidos, aí se a gente deixa critério do colega de plantão para fazer as análises. Mas a princípio o que ela disse, ela afirma que ela fez”, disse Caio.
Ao ser questionado sobre a declaração de que Nataly teria confessado ter praticado o crime sozinha sem a ajuda dos suspeitos, Caio explicou que não é impossível, porém seria mais difícil. Ela poderá responder, no mínimo, por homicídio triplamente qualificado. Além disso, há outros crimes envolvidos, como ocultação de cadáver e fraude processual, já que ela teria levado o bebê para o hospital fingindo ser a mãe, tentando obter um documento que comprovasse o nascimento da criança de forma legal.
“[...] Olha, não é impossível ter feito sozinha. Agora é muito mais difícil fazer sozinho, tá? Não é fácil, mas há uma possibilidade. Então vamos analisar certo aí para ver se como é que vai ficar no curso do flagrante aqui a questão das autorias”.
O delegado explicou que o marido, identificado como Christian Albino Cebalho de Arruda nega envolvimento no caso, assim como os outros suspeitos, agora existe a necessidade de determinar se os envolvidos já estavam no local quando a gestante chegou ou se chegaram depois, para individualizar a conduta de cada um. Ele classificou o crime como extremamente grave e ressaltou que a gestação é algo visível, o que levanta dúvidas sobre o conhecimento do marido em relação à situação. Além disso, mencionou que há informações de que a gestante teria dito anteriormente que havia perdido o bebê.
“[...] ele nega e fala que simplesmente foi com ela, ela falou que o bebê nasceu em casa e que ele iria com ela registrar no hospital. São declarações bem vazias deles, eles negam conhecimento, negam envolvimento, a princípio negam até mesmo se ela estaria envolvida [...] então, é uma situação que foge da naturalidade da DHPP, é muito grave, no caso, gravíssimo, horrendo”, desabafou.
O delegado explicou que a investigação ainda busca esclarecer o real motivo do crime, se a intenção era apenas ficar com a criança ou se haveria outro destino para o bebê, possivelmente ilícito.
No final de sua entrevista, Caio parabenizou a unidade hospitalar, após identificar a possível irregularidade, e ter chamado a polícia imediatamente. As médicas perceberam que algo estava errado com o caso apresentado pela mãe e tomaram a decisão de notificar as autoridades. A polícia, após investigar a situação, agiu de forma bastante precisa e rápida, confirmando que a declaração da mãe estava equivocada e seguiu com os procedimentos legais, levando o caso à central de flagrantes. A DHPP foi acionada e tomou as providências necessárias.
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil.
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