Após a deflagração da Operação Tabuleiro Quebrado, o delegado Antenor Pimentel, da Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (GCCO/Draco), afirmou há um ‘ciclo do crime’ em Mato Grosso. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 31 de março, Antenor disse que houve uma redução significativa nos homicídios de faccionados por rivais em Mato Grosso, mas que a cada tempo um município se destaca.
A operação teve como alvo integrantes de uma facção criminosa que arquitetavam a execução de membros de um grupo rival, com objetivo de dominar a criminalidade em Mato Grosso.
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“Hoje houve uma redução significativa, muito grande, o foco ali das mortes era Sorriso, assim como em outra época já foi Barra do Bugres, como mais antigamente foi Juína, como mais antes foi Peixoto de Azevedo. Então, esses são ciclos do crime, onde ocorrem as dissidências locais, se forma ali um rival, uma pequena facção rival e ocorrem as várias mortes”, explicou.
O delegado também desmentiu boatos de que faccionados teriam prometido assassinar 10 rivais de outras facções para cada ‘inocente’ morto. Pimentel afirma que isso é um exagero, mas reconhece que houve muitas mortes devido à disputa entre as facções.
MONTAGEM DO TABULEIRO
Durante as investigações, foram identificadas diversas conversas entre os investigados e recados enviados por meio de redes sociais, em que ficou evidenciado o envolvimento com a facção criminosa.
Entre as conversas, eram realizadas tratativas para expansão do grupo criminoso no estado e a necessidade de montar um tabuleiro, ou seja, definir integrantes que atuariam como “disciplina” da facção criminosa.
Um dos alvos, conhecido como “Chapeleiro Primeirão”, recluso no Capão Grande, era o responsável por angariar os integrantes que atuariam na execução de membros da facção rival. Para isso, ele chegava a oferecer uma “ajuda de custo” de R$ 10 mil, além de um carro e armas de fogo para os crimes.
Chapeleiro ainda afirmava ser padrinho de 48 membros da facção e discutia com outros integrantes sobre tomadas de territórios, "caguetagem" e a perda de armas.
Outro alvo da operação é ex-integrante da facção rival, que estava morando na Bolívia e que se dizia descontente com o grupo ao qual pertencia. Ele foi um dos aliciados para atuar na execução de seus ex-comparsas.
Também foram identificados outros integrantes do grupo, que deixavam evidente seu envolvimento com a facção e o planejamento de morte dos membros da facção rival.
Em um dos comunicados da facção alvo da investigação, foi informado que seria dado! um centímetro de espaço” para os integrantes do grupo rival; “para cada inocente que estão matando iremos matar 10 deles”.