Os vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB), da Câmara Municipal de Cuiabá, são suspeitos de terem solicitado propina para aprovar uma lei que permitiu ao município realizar pagamentos à empresa responsável pelas obras do Contorno Leste.
A denúncia levou a Polícia Civil de Mato Grosso a deflagrar, nesta terça-feira (29), a Operação Perfídia, com o objetivo de investigar o esquema de corrupção no Legislativo municipal.
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A ação foi coordenada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (DECCOR) e cumpriu 27 ordens judiciais, incluindo mandados de busca e apreensão, quebra de sigilo de dados telefônicos e eletrônicos, além de sequestro de bens, valores e imóveis.
As buscas ocorreram em Cuiabá, com foco nos gabinetes dos vereadores e no sistema de câmeras da própria Câmara Municipal, onde parte das negociações ilícitas teria ocorrido. Além dos dois parlamentares — que foram afastados do mandato por determinação judicial — também são investigados um empresário e dois funcionários da empresa envolvida nas obras.
A investigação começou após uma denúncia recebida pela DECCOR em 2024, apontando que os vereadores teriam exigido vantagem indevida de um funcionário da construtora para viabilizar, via aprovação legislativa, o recebimento de valores devidos pela Prefeitura em 2023. Parte da propina teria sido depositada em conta bancária indicada por um dos vereadores, enquanto outra parte teria sido paga em dinheiro, dentro de um gabinete parlamentar.
Como medidas cautelares, os envolvidos estão proibidos de manter contato entre si, com testemunhas e servidores da Câmara, de acessar o Legislativo e o canteiro de obras do Contorno Leste, e também de deixar Cuiabá sem autorização judicial. Todos devem entregar seus passaportes à Justiça.
O nome da operação, “Perfídia”, remete ao significado da palavra: ação traiçoeira ou que contraria compromissos assumidos.