Há pouco mais de um mês, cinco maranhenses foram sequestrados de um alojamento no bairro Jardim Primavera, em Várzea Grande. As vítimas haviam sido contratadas por uma empresa de montagem de silos e chegaram do estado nordestino no dia 09 de janeiro, sumindo um dia depois, no dia 10. Dos cinco, três estavam andando pela rua e dois estavam no alojamento no momento que foram sequestrados. Até o momento, ninguém foi preso e, após 32 dias do sequestro, a hipótese mais aceita pela investigação é de que eles foram executados.
A reportagem do Estadão Mato Grosso entrevistou nesta quarta-feira (12) o delegado Caio Albuquerque, titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que encabeça as investigações do caso. Para Caio, tudo indica que Diego de Sales Santos, Wallison da Silva Mendes, Wermison dos Santos Silva, Mefibozete Pereira da Solidade e Walyson da Silva Mendes, todos com idades entre 21 e 25 anos, foram sequestrados. Além disso, os responsáveis também levaram os telefones das vítimas.
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Conforme o delegado, somente uma das vítimas estava conseguindo falar com a família no Maranhão antes do sequestro e os últimos contatos foram dizendo que, primeiro, estava tudo bem e depois que eles estavam enfrentando problemas.
“Tudo indica que, infelizmente, eles foram desaparecidos de forma violenta. Ou seja, foram sequestrados ali e embora não tenha vestígios de violência, de desordem no local, mas há indicativos de que eles foram retirados à força daquela espécie de alojamento para um local ignorado onde, infelizmente, tudo indica que leva a crer que foram executados”, afirmou o delegado.
O motivo do crime ainda não foi descoberto pelas investigações, mas tudo indica que talvez haja relação com o conflito entre facções criminosas rivais. Porém, é muito difícil afirmar, já que, segundo o delegado, nenhum dos cinco maranhenses possuía antecedentes criminais ou mesmo redes sociais.
“Com base no que a gente produziu até o momento, pode ser que tenham integrantes da organização criminosa que descobriram algum indicativo de que esses maranhenses possam ter envolvimento com uma facção rival e por isso terem sido decretados com a pena de morte. Mas eu digo, isso é uma possibilidade, aí as investigações ainda vão dizer. O que tudo caminha é que essas pessoas não estão mais com vida”, explicou o delegado.
O DESAPARECIMENTO
Na noite no dia 09 de janeiro, o empregador das vítimas, a última pessoa que os viu, levou lanches para eles no alojamento. Enquanto dois estavam descansando no local, os outros três estavam em um bar da região. No dia seguinte, ninguém mais viu os maranhenses. Não há câmeras de vigilância na região e, segundo o próprio delegado, não há relatos de movimentação estranha avistada na região, seja por moradores ou pelo próprio empregador das vítimas.
Porém, segundo Caio, a Polícia já tem alguns suspeitos que estão sendo investigados pelo desaparecido. Para o delegado, tudo indica que foram vários sequestradores, um número muito maior que as cinco vítimas, pois assim os criminosos conseguiriam imobilizar os homens e levá-los para o local onde então os maranhenses foram executados.
Na bagagem, nada de ilícito foi localizado e a Polícia continua a investigar o caso.